Ndalatando – O Gabinete Provincial da Agricultura e Pescas no Cuanza Norte reiterou, esta quarta-feira, a necessidade de subvenção dos preços para a mecanização agrícola na província, em função das condições financeiras das famílias camponesas.
Em declarações à ANGOP, o director do gabinete provincial, Manuel Fernandes Domingos, considerou que outra alternativa para a preparação de terras seria a criação de mecanismos de crédito, para fazer face à actividade de preparação de terras, que vária, actualmente, de 100 a 120 mil kwanzas por hectar.
A intenção, argumentou, é fazer com as famílias se sintam bem socialmente, porque a trabalhar com enxada será impossivel alcançarem sustentabilidade e uma produção que garanta alimentos durante o ano.
Informou que algumas administrações municipais tem ajudado as comunidades com áreas mecanizadas, mas a maior parte não ajuda porque os preços são bastantes altos.
Em 2018, a província recebeu à crédito 40 máquinas para a mecanização agrícola, distribuidas a oito empresas de prestação de serviço, com o objectivo de facilitar a preparação de terra das famílias e reabilitação das vias de acesso a preços razoáveis.
Estas briagadas, que adquiram os meios a preço bonificado, deviam cobrar por hectar 60 mil kwanzas, mas, de acordo com o director, não têm honrado com o compromisso, justificando o alto preço pelo compromisso que têm com o Estado na devolução do empréstimo e os custos com a manutenção das máquinas, algumas já inoperantes.
Manuel Fernandes deu conta que das 40 máquinas que a província recebeu, possivelmente, ainda existem 10 ou 12, as outras encontram-se avariadas, por falta de manutençãoo.
Uma das empresas beneficiária está a trabalhar com as máquinas no Cuanza Sul, alegando que a província do Cuanza Norte não dispõe de condições financeiras para suportar os custos como o crédito.
Dados do recenceamento agro-pecuário do Instituto Nacional de Estatísticas indicam que a média de área de produção no Cuanza Norte é de 0,6, pouco acima de meio hectar.
Manuel Domingos esclareceu que está média de área trabalhada é muito pouco para que as famílias sejam autosustentáveis em termos alimentares e da vida social e económica.
A província do Cuanza Norte tem uma extensão de 24.110 quilómetros quadrados e uma população estimada em 554.749 habitantes, é limitada a norte com o Uíge, a oeste com o Bengo, a este com Malanje e a Sul com o Cuanza Sul.
A principal actividade económica é a agricultura e produzem a mandioca, feijão, milho, amendoim e ananás.
Das lavouras permanentes destacam-se a palmeira dendém, café, banana, citrinos, mamão, abacate, manga e goiaba.
A produção familiar e empresarial anual ronda em mais de setecentas mil toneladas de produtos diversos/ano. IMA/AC