Lubango - As Estações de Desenvolvimento Agrário (EDA) do país precisam de uma atenção especial, para desenvolverem uma verdadeira extensão rural e promover uma agricultura familiar mais sustentável, defendeu hoje, terça-feira, no Lubango, Huíla, o director-geral da Acção de Desenvolvimento Rural e Ambiente, Carlos Cambuta.
O responsável falava, à ANGOP, no quadro do 24º Módulo da Formação em Desenvolvimento Comunitário, dirigida a directores das regiões, membros do conselho directivo, assistentes de projectos, coordenadores municipais, assistentes administrativos e activistas da Huíla, Namibe, Cunene, Malanje, Benguela e Luanda.
Com duração de cinco dias, a acção formativa tem como objectivo contribuir para o aumento da capacidade dos quadros, reflectindo a prática da intervenção social da ADRA à luz da lógica do Plano Estratégico 2023-2027 e dos desafios impostos pelo actual contexto político, económico e social do país.
Na ocasião, Carlos Cambuta realçou que as EDA, enquanto instituição que garantem a sustentabilidade do processo agrícola nos municípios, devem merecer uma atenção especial, pois nos dias de hoje, estão cada vez mais fragilizadas, apresentam dificuldades para exercer o seu efectivo papel, no que a Extensão Rural diz respeito.
Segundo a fonte, tudo isso acontece porque não há capacidade humana e técnica suficiente para responder ao seu real papel, por isso ADRA, em relação aos projecto considerados estratégicos no domínio do fortalecimento da produção agrícola, entende que os mega projectos passam, mas as instituições permanecem, daí a apelo à devida atenção.
“Não basta apenas olhar para as EDA, deve-se potencializar a agricultura familiar para gerar emprego, combater à fome e à pobreza e na nossa óptica, para que haja uma agricultura familiar mais sustentável, há toda necessidade de se apostar em financiamentos mais robustos”, disse.
Carlos Cambuta afirmou que o financiamento público até aqui alocado ao sector da Agricultura, em geral, é ainda irrisório, na medida em que a percentagem está muito aquém dos dez por cento recomendados pela SADC, pois Angola está ainda abaixo dos três.
“Também temos consciência de que nem tudo passa efectivamente pelo financiamento, há toda uma necessidade de olhar-se para outras dimensões, nomeadamente o reforço da capacidade institucional das EDA”, aludiu.
A ADRA é uma organização não-governamental angolana fundada em 1990, cuja missão consiste em contribuir para o desenvolvimento sustentável das comunidades em Angola, especificamente as rurais, através da melhoria das condições de vida dos grupos desfavorecidos.
A nível das sete províncias onde incide a sua acção, implementa anualmente, em média, entre 19 a 20 projectos, onde são investidos quatro milhões de dólares norte-americanos. BP/MS