Benguela - A directora da Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA) em Benguela, Célia Sampaio, defendeu nesta sexta-feira, a remoção das barreiras burocráticas no processo de acesso à terra para os produtores agrícolas.
A responsável daquela organização não-governamental angolana falava na abertura do Encontro Provincial das Comunidades em Benguela, que junta líderes de associações e cooperativas dos municípios do Cubal, Ganda, Baía Farta e representantes de instituições do Estado.
Célia Sampaio lamentou o facto de ainda persistirem as dificuldades no acesso à terra, bem como na legalização das associações envolvidas na produção agrícola para o bem-estar das comunidades.
A também coordenadora para intervenção da ADRA afirmou que o Governo tem políticas viradas à agricultura e ao desenvolvimento local, mas cuja materialização emperra nas dificuldades de acesso à terra.
Daí ter apontado o diálogo entre os diversos actores envolvidos nesta matéria como uma importante ferramenta, de maneira a garantir o êxito dessas políticas e promover o desenvolvimento local.
Sobre o encontro das comunidades, considera um importante espaço para advocacia e discussão de assuntos de interesse público ligados às políticas públicas e apoio ao desenvolvimento local, para a redução da fome e da pobreza e o exercício da cidadania.
No fundo, disse, é um encontro de todas as comunidades da província de Benguela, até porque a ADRA tem tido como desafio envolver actores sociais de outros municípios não abrangidos ainda pela intervenção da organização.
Também o director do Gabinete Provincial da Agricultura e Pescas, José Gomes da Silva, preferiu destacar os resultados animadores que a ADRA tem vindo a alcançar nas localidades onde actua, na perspectiva da justiça social e do desenvolvimento socioeconómico.
Já o representante das comunidades, António Cachilingo, aponta como objectivo principal a troca de experiências de boas práticas desenvolvidas nas comunidades pela ADRA, para o fomento das acções das cooperativas.
Contudo, nota que a pobreza não está a reduzir. Antes, pelo contrário, está a aumentar nas comunidades, o que leva a que os jovens abandonem os seus municípios em busca de oportunidades de emprego em outras localidades.
"As nossas comunidades têm força. Com ajuda e saúde, conseguimos trabalhar”, rematou.