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Exército e paramilitares acusam-se mutuamente de violar trégua

     África              
  • Luanda • Quarta, 26 Abril de 2023 | 15h14

Cartum - O exército sudanês e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) acusaram-se hoje mutuamente de violar a trégua de 72 horas iniciada à meia-noite de segunda-feira e mediada pelos Estados Unidos da América.

Em comunicado, o exército descreveu "numerosas violações cometidas pelos rebeldes", incluindo "bombardeamentos de artilharia indiscriminados", "disparos de atiradores furtivos" e o envio de "colunas militares" das suas áreas de influência, nas regiões ocidentais "do Darfur e do Cordofão para reforçar as suas tropas em Cartum".

Na nota que divulgou, o exército acusa igualmente as RSF de "roubar um grande número de veículos de distribuição de alimentos para os utilizar no transporte de munições, o que os torna alvos militares e põe em perigo os bens dos cidadãos".

Por seu lado, as RSF acusaram o exército, também em comunicado, de "atacar com artilharia e aviões de combate" as suas posições no norte e noroeste de Cartum, onde situam-se o Palácio da República, o aeroporto e outras instituições vitais.

Os comunicados do exército e das RSF não referem-se a baixas ou combates, e explicam as explosões que se têm ouvido esporadicamente desde terça-feira no norte e oeste de Cartum, quebrando ocasionalmente a calma tensa que prevalece na capital desde que a pausa entrou em vigor às 22:00 locais (21:00 em Luanda) de segunda-feira.

Os confrontos começaram no passado dia 15 entre as forças armadas, comandadas pelo líder de facto do país desde o golpe de Estado de Outubro de 2021, o general Abdel Fattah al-Burhan, e as RSF, chefiadas pelo general Mohamed Hamdane Daglo, conhecido como "Hemedti", que orquestrou em conjunto o golpe de 2021, mas que se tornou inimigo.

Em causa está o fracasso das negociações para a integração dos paramilitares nas forças armadas, no âmbito de um processo de transição política no Sudão, que já causou a morte de mais de 400 pessoas e ferindo mais de 4.000 civis, segundo as instituições locais e internacionais.DSC





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