Juba - A polícia do Sudão do Sul deteve uma vaca e o dono depois de o animal ter morto um menino de 12 anos, dias após um carneiro ter sido condenado a três anos num acampamento militar pelo mesmo crime, informou hoje a Lusa.
O bovino, no caso, estava perto de uma fazenda, no início do mês, quando atacou a criança, matando-a instantaneamente, referiu a polícia, citada pelo Independent. O animal estava a puxar um arado no estado de Lakes, no centro do país da África Oriental.
“O bovino está agora detido numa esquadra da polícia no condado de Rumbek Central”, disse o porta-voz da polícia Elijah Mabor aos meios de comunicação locais, acrescentando que “o menino foi levado para o hospital para autópsia e depois para casa para o enterro".
O ataque ocorreu menos de um mês depois de um carneiro, no mesmo estado, matar uma mulher de 45 anos. Adhieu Chaping foi repetidamente atingida nas costelas pelo carneiro, disse Mabor, que mais tarde sucumbiu aos ferimentos.
Após o incidente, o carneiro foi capturado e ficou sob custódia policial.
"O dono é inocente, o carneiro é que cometeu o crime, então merece ser preso", disse o porta-voz na altura. "O nosso papel como polícia é fornecer segurança e separar as lutas", referiu ainda.
De acordo com a lei estatal, qualquer animal doméstico que mate uma pessoa é automaticamente dado como compensação à família da vítima, o que significa que a família de Chaping receberá o carneiro assim que este completar a sentença de três anos. Um tribunal local também multou o dono do carneiro, Duony Manyang Dhal, em cinco vacas, que devem ser entregues à família da vítima.
Em partes do Sudão do Sul, devastadas pela guerra e pelo conflito armado desde 2013, o gado é a moeda preferida, usada para comprar casas e pagar dotes e indemnizações por irregularidades, incluindo homicídio.
Segundo um analista, consultado pelo jornal britânico, o número anual de mortos por ataques de gado no Sudão do Sul pode chegar às centenas.