Kinshasa - Pelo menos um polícia foi morto hoje, segunda-feira, a tiro no leste da República Democrática do Congo (RDC) em confrontos com manifestantes em protesto contra a criminalidade, disse fonte hospitalar.
Os manifestantes invadiram hoje às 05h00 locais as principais artérias da cidade, capital da província de Kivu Norte, incendiando pneus e levantando barreiras com pedras, constatou um jornalista da agência France-Presse.
A polícia disparou balas reais e usou gás lacrimogéneo para dispersar a multidão.
No centro da cidade, bancos, lojas e o mercado central estão fechados e as escolas enviaram para casa os poucos alunos que foram às aulas.
Movimentos de jovens em Goma convocaram para hoje um dia de protesto contra a "criminalidade crescente".
Pedem que sejam avaliados "sem complacência" os efeitos do estado de sítio em vigor desde meados de Maio nas províncias de Kivu Norte e Ituri.
Decretado por Kinshasa para tentar pôr fim à violência de grupos armados que há 25 anos aterrorizam o leste do país, o estado de sítio foi inicialmente saudado por alguns habitantes de Goma, que notaram uma quebra dos delitos de direito comum.
No entanto, vários incidentes violentos que ocorreram nas últimas semanas, nomeadamente a morte de um cambista em 14 de Dezembro e um assalto no dia 16 fez dois mortos e vários feridos.
Os manifestantes opõem-se "categoricamente à entrada da polícia do Rwanda em Goma", citando um memorando de entendimento assinado no início da semana passada em Kigali pelas polícias ruandesa e congolesa para uma melhor cooperação transfronteiriça para lutar contra vários tráficos.
O comissário nacional da polícia da RDC, Dieudonné Amuli Bahigwa, negou, no entanto, qualquer plano para a polícia ruandesa colaborar na manutenção da ordem em Goma: "É uma mentira a toda a linha".