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Uganda/Eleições: Governo ordena provedores de internet bloqueiem o acesso às redes sociais

     África              
  • Luanda • Quarta, 13 Janeiro de 2021 | 20h30
Bandeira da República do Uganda
Bandeira da República do Uganda
Angop

Kampala - O governo de Uganda ordenou nesta terça-feira, 12, que todos os provedores de internet do país bloqueiem o acesso às redes sociais e aos aplicativos de mensagem mais populares, incluindo o Whatsapp, o Facebook e o Twiter.

A medida foi implementada 48 horas antes das eleições presidenciais no país e deve durar até “novo aviso”, de acordo com uma carta que teria sido escrita pela directora executiva de Comissão de Comunicações de Uganda, Irene Kaggwa Sewankambo, e vazada pela imprensa local.

Apesar da autenticidade da carta ainda não ter sido confirmada, usuários de todo o país reportaram interrupções constantes na conexão desde manhã.

Como Uganda é um país de população jovem – 80% tem menos de 30 anos -, as redes sociais possuem um peso considerável na opinião pública sobre os candidatos à presidência.

Na próxima quinta-feira, 14, o presidente conservador Yoweri Musevani, 76 anos, terá como principal concorrente nas urnas o famoso músico e ator Bobi Wine, 38 anos, que deixou a carreira artística para mergulhar na política.

No poder desde 1986, Musevani busca a reeleição pela sexta vez e já conquistou as manchetes internacionais por suas colocações polémicas.

Entre outras medidas, o presidente cessante implementou sentenças severas a “actos homossexuais” e afirmou ter a intenção de proibir a prática de sexo oral que, segundo ele, faz com que as pessoas adeptas contraiam vermes.

“A boca é para comer”, disse em 2018.

Bobi Wine, por outro lado, chega na política com a promessa de uma Uganda “nova e livre onde qualquer um pode estar em desacordo com quem estiver no poder”.

Nos últimos dias, as contas de funcionários do governo e membros dos partidos de Uganda foram encerradas pelo Facebook, que os acusou de interferência no debate público antes das eleições presidenciais.

A conta do presidente Yoweri Museveni, porém, não foi retirada da rede social.

Os acontecimentos no país africano fomentam o debate sobre a responsabilidade das empresas de tecnologia pelo conteúdo que é veiculado em suas plataformas e também sobre intervenções dos governos nessas redes.





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