Bruxelas - A União Europeia (UE) condenou hoje, quinta-feira, os ataques do grupo M23 contra a missão da ONU na República Democrática do Congo (RDC) e as Forças Armadas daquele país, lamentando a "preocupante escalada de violência na região dos Grandes Lagos".
"Ataques deliberadamente direccionados a civis ou forças de paz são contrários ao direito internacional. A UE condena-os veementemente", afirmou um porta-voz do Serviço Europeu de Acção Externa (SEAE) em comunicado.
O porta-voz apelou para que se evite a escalada da violência e se "usem os mecanismos existentes para verificação conjunta e resolução de conflitos".
"O processo político lançado recentemente em Nairobi (no Quénia) deve continuar. A UE insta todos os grupos armados a participarem incondicionalmente", acrescentou o porta-voz no comunicado.
O Exército da República Democrática do Congo (RDC) manteve intensos combates nesta terça-feira contra supostos rebeldes do grupo M23, a cerca de 20 quilómetros da cidade de Goma, a mais populosa do leste do país e capital da província de Kivu do Norte.
Estes confrontos ocorreram um dia depois de o M23 ter atacado outras posições militares na província de Kivu do Norte, ataque que o director da Missão de Estabilização das Nações Unidas (MONUSCO), Bintou Keita, condenou.
O M23 foi formado em Abril de 2012, quando militares do Exército congolês se revoltaram devido à perda de poder do seu líder, Bosco Ntaganda, processado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra e por supostas violações do acordo de paz de 23 de Março de 2009, que dá nome ao movimento.
O leste da RDC está devastado por um conflito alimentado por rebeldes e ataques do Exército há mais de duas décadas, apesar da presença da MONUSCO, com mais de 14 mil soldados destacados.