Washington - A comissão da União Africana (UA) desenvolveu um plano estratégico com vista a responder às necessidades alimentares actuais e mobilizar investimentos para a construção de sistemas alimentares resilientes em África, disse, em Washington D.C, a comissária da UA Josefa Correia Sacko.
A diplomada, que prestou a informação no centro de convenções da capital americana, no âmbito da Cimeira entre Estados Unidos e líderes africanos, garantiu que a estratégia contempla a Aliança Global para a Segurança Alimentar, liderada pela Alemanha, e a Missão de Resiliência Alimentar e Agrícola, apoiada pela França.
Afirmou que no âmbito de intervenções imediatas, a comissão trabalhou com o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) na criação de um plano de produção de emergência alimentar no valor de 1,5 mil milhões de dólares para apoiar os Estados Membros da UA a aumentar a produção de trigo, arroz, milho e soja durante as próximas quatro estações de plantio.
A fim de reforçar a estratégia de acção de médio e curto prazos e com intuito de resistir aos choques, o orgão executivo identificou cinco prioridades-chave, nomeadamente aumentar a produção alimentar para que a África possa alcançar a soberania alimentar e reduzir as perdas pós-colheita estimadas entre 20 e 30 por cento para algumas mercadorias.
Outro aspecto que deve reforçar a resiliência alimentar tem com investimento na agricultura inteligente em termos climáticos para produzir tecnologias para os agricultores, bem como promover o comércio intra-africano de bens e serviços agrícolas, facilitando a circulação de alimentos de uma parte excedentária para uma parte deficitária do continente.
Consta também do plano o reforço da responsabilidade mútua através do mecanismo de revisão bienal do programa compreensivo de desenvolvimento da agricultura (CAADP), para melhorar a qualidade do planeamento e reforçar o diálogo político.
“A nossa abordagem para que isto aconteça é através do apoio aos Estados Membros da UA e às comunidades económicas regionais na concepção de planos de investimento agrícola nacionais e regionais que incorporem as prioridades do plano de negócios da UA e do CAADP Malabo: 2022-2025 e a posição comum sobre sistemas alimentares da cimeira da ONU”, defendeu a comissária.
De acordo com a embaixadora, na área de fertilizantes e saúde do solo, está previsto em Junho de 2023, no Senegal, a Cimeira Africana, com o objectivo de mobilizar os líderes africanos para fornecer apoio político e recursos financeiros necessários para enfrentar as baixas taxas de aplicação de fertilizantes e a degradação dos solos em África.
O plano de 10 anos vai consumir 2,8 mil milhões de dólares e conta com o apoio do Centro Internacional de Desenvolvimento de Fertilizantes (IFDC), da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), da Rede Africana de Institutos de Investigação em Política Agrícola (ANAPRI) e da Aliança para uma Revolução Verde em África (AGRA).