Adis Abeba - O presidente da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, acusou hoje Israel de um "massacre maciço de palestinos", após a morte de mais de 100 pessoas durante uma entrega de ajuda humanitária.
Numa declaração, Mahamat exigiu a abertura de um inquérito internacional após a trágica distribuição de ajuda humanitária provocada por disparos israelitas.
A tragédia foi criticada amplamente pela comunidade internacional, tendo o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, considerado que o que está a acontecer em Gaza "não é definitivamente uma guerra".
"É uma tentativa de genocídio, porque mesmo a guerra tem moralidade, normas e leis que devem ser seguidas", frisou.
Acusou Israel de estar a cometer barbárie com ataques contra hospitais, igrejas, mesquitas, escolas, universidades, ambulâncias, bem como campos de refugiados ou mesmo "filas para receber ajuda alimentar".
Na sua reacção, o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, replicou que Ancara "massacra constantemente os curdos na Turquia e na região", e rejeitou as acusações de genocídio.
As autoridades de Gaza denunciaram um massacre cometido pelo Exército de Israel, acusando-o de atacar civis concentrados junto a uma coluna humanitária.
Também a Autoridade Palestina referiu-se a um "atroz massacre" e sublinhou que ser "parte integrante da guerra genocida por parte do Governo de ocupação".
O Exército de Israel atribuiu a matança a uma "fuga desordenada" e limitou a 10 o número de pessoas mortas pelos militares.
Publicou ainda um vídeo que demonstra a aglomeração de pessoas junto aos veículos, e quando se agrava a crise humanitária no enclave, em particular na zona norte.
No ataque de 07 de Outubro do movimento islamita Hamas em território junto à Faixa de Gaza, foram mortas cerca de 1.200 pessoas, na sua maioria civis, mas também perto de 400 militares, segundo números oficiais israelitas.
Aproximadamente 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que mais de 100 permanecem na Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas desde 2007.
Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestino, bombardeia a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 30 mil pessoas na maioria mulheres, crianças e adolescentes, enquanto pelo menos 70 mil outras ficaram feridas, também maioritariamente civis.
Cerca de oito mil corpos permanecem debaixo dos escombros, segundo as autoridades locais.DSC/AM