Cartum - Trinta e oito pessoas morreram num ataque de 'drones', no sábado à noite, por paramilitares na vasta região de Darfur, no oeste do Sudão, de acordo com um novo balanço publicado por activistas pró-democracia.
"O número de mortos do massacre no bairro de Awlad al-Rif subiu para 38 mártires", afirmou, no domingo, o Comité de Resistência Local, um dos grupos de voluntários que coordena a ajuda em todo o Sudão, segundo à AFP.
Antes, o comité havia dado conta de três mortos e 20 feridos.
Desde Abril de 2023, o Sudão é devastado por uma guerra entre dois generais, o chefe do exército Abdel Fattah al-Burhane e Mohamed Hamdan Daglo, chefe das paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
O ataque de sábado à noite teve lugar em El-Fasher, a capital de Darfur do Norte, indicou o comité local da resistência.
As RSF atingiram "o bairro de Awlad al-Rif, no centro da cidade, com quatro mísseis", acrescentou.
Cercada pelos paramilitares desde Maio, El-Fasher foi palco de alguns dos confrontos mais violentos entre o exército e as RSF.
A quase totalidade de Darfur é actualmente controlada pelos paramilitares, que também dominam vastas áreas do Cordofão do Sul e do centro do Sudão, enquanto o exército controla o norte e o leste do país.
Ambas as partes lutam pelo controlo da capital, Cartum, a mil quilómetros a leste de El-Fasher.
Na sexta-feira à noite, as RSF efectuou outro ataque com 'drones' (veículos aéreos não tripulados) contra o principal hospital de El-Fasher, disse o Ministério da Saúde, próximo do exército.
Pelo menos nove pessoas morreram e 20 ficaram feridas no ataque, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), tendo um médico sublinhado que o hospital foi obrigado a suspender as actividades.
A guerra matou dezenas de milhares de pessoas e deslocou mais de 11 milhões, provocando o que a ONU descreve como uma das piores catástrofes humanitárias dos últimos tempos. GAR
