Ouagadougou - Pelo menos 12 civis foram mortos na passada quinta-feira num ataque de homens armados, membros suspeitos de grupos extremistas islâmicos, no norte do Burkina Faso, disseram hoje fontes locais.
"Um grupo de terroristas" atacou na quinta-feira a aldeia de Aorema, a cerca de 10 quilómetros de Ouahigouya, capital da região norte, confirmaram hoje residentes locais em declarações à agência France-Presse (AFP).
"Os atacantes abriram fogo sobre um grupo de jovens que estavam sentados num quiosque. Sete jovens morreram no local e três pessoas morreram nas suas casas, atingidas por balas perdidas. Duas outras pessoas foram atingidas e morreram mais tarde devido aos ferimentos", afirmou um residente.
Um outro residente disse que terão sido mortas 14 pessoas, porque várias pessoas feridas acabaram por morrer em resultado de ferimentos nos dias que se seguiram ao ataque.
"O quiosque onde os jovens estavam sentados foi o alvo principal dos terroristas, que já tinham entrado outras vezes na aldeia e dado ordem aos jovens para que deixassem de juntar-se ali", disse esta fonte.
O ataque foi confirmado por uma fonte das forças de segurança do país, que disse haver "operações em curso" na área, sem acrescentar pormenores.
No dia seguinte ao ataque, foi introduzido um recolher obrigatório em toda a região norte do Burkina Faso, na fronteira com o Mali, palco frequente de ataques de grupos extremistas islâmicos armados.
O recolher obrigatório proíbe a circulação de veículos e pessoas entre as 22:00 e as 05:00 até 31 de Março.
Para além da região norte, foi introduzido um recolher obrigatório em várias províncias do centro-leste, centro-norte e leste por um período de um a três meses.
O Burkina Faso registou um aumento da violência extremista islâmica desde o início do ano e quase todas as semanas são relatadas dezenas de mortes -- tanto de civis como de efectivos das forças de segurança.
A violência, atribuída a grupos ligados à Al-Qaida e ao grupo Estado islâmico (EI), fez já mais de 10.000 mortos desde 2015, segundo várias organizações não-governamentais, e provocou a deslocação de cerca de dois milhões de pessoas.