Ndjamena - Militares da República Centro Africana (RCA) mataram um soldado tchadiano num ataque a um posto no seu território, no domingo, e sequestraram e "executaram" outros cinco, denunciou hoje o Governo do Tchad, assegurando que este "crime de guerra" não ficará "impune".
"As Forças Armadas centro-africanas atacaram, no domingo pela manhã o posto avançado de Sourou, em território tchadiano (...), mataram um soldado tchadiano, feriram cinco e outros cinco foram sequestrados e posteriormente executados em Mbang, no lado centro-africano da fronteira", declarou o ministro tchadiano dos Negócios Estrangeiros, Cherif Mahamat Zene, num comunicado.
Este "crime de guerra de extrema gravidade e este atentado assassino premeditado, planeado e realizado dentro do Tchad (...) não podem ficar impunes", acrescentou Mahamat Zene num comunicado.
Por sua vez, a República Centro Africana afirmou que o seu exército perseguia rebeldes armados "na fronteira" e lamentou "as perdas de vidas humanas e os feridos nos exércitos tchadiano e centro-africano".
Além disso, reafirmou a vontade de fortalecer as relações "entre os dois povos irmãos" e propôs ao Tchad "uma missão conjunta de investigação" sobre esses confrontos.
A República Centro Africana acusa regularmente o seu vizinho do norte de apoiar os grupos rebeldes armados centro-africanos de seu território.
Esses confrontos podem aumentar as tensões entre os líderes de ambos os países, que enfrentam uma rebelião e questões de legitimidade.
No Tchad, a junta militar que tomou o poder desde a morte do presidente Idriss Déby Itno, que morreu em Abril numa ofensiva contra os rebeldes, nomeou recentemente um governo de transição que é dirigido pelo filho do presidente.
A rebelião centro-africana fracassou em derrubar o presidente Faustin Archange Touadéra, reeleito a 27 de Dezembro, e foi derrotada na maior parte do país, especialmente graças à intervenção em massa de centenas de paramilitares russos.
Por sua vez, o Tchad, cujo exército se considera o mais poderoso da região, é um país-chave na guerra contra os extremistas islâmicos no Sahel, junto com a França.