Genebra - As agências humanitárias ainda não conseguem aceder à província etíope de Tigray, apesar do acordo de paz assinado há um mês, lamentou hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Mas queremos acesso livre porque as necessidades são enormes", acrescentou, considerando que "a única solução para o conflito é através do diálogo político e uma solução pacífica" e defendendo que a população civil esteja "no centro" das decisões.
A entrega de ajuda humanitária em Tigray foi interrompida no final de Agosto, quando os combates recomeçaram após uma trégua de cinco meses entre o exército federal etíope e os seus aliados de um lado e as forças das autoridades rebeldes de Tigray do outro.
Outra agência da ONU, o Programa Alimentar Mundial (PAM), alertou há uma semana que, embora as operações humanitárias estejam a aumentar no norte da Etiópia, parte do Tigray continua inacessível e a ajuda entregue é menor do que a necessária.
A guerra começou em 04 de Novembro de 2020, quando o primeiro-ministro etíope, Ahmed Abiy, ordenou uma ofensiva contra a então governante Frente Popular de Libertação de Tigray (TPLF, na sigla em inglês), em resposta a um ataque a uma base militar federal.
A TPLF acusa Ahmed de alimentar tensões desde que chegou ao poder em Abril de 2018, quando se tornou o primeiro da etnia oromo a tomar posse na Etiópia.
A organizção tinha sido a força dominante no seio da coligação governante da Etiópia desde 1991, a Frente Democrática Revolucionária Popular Etíope.
O grupo opôs-se às reformas de Abiy Ahmed, que considerou como uma tentativa de minar a sua influência.