Cartum - O número de mortes nos combates no Sudão entre o exército e os paramilitares da Força de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), subiu para 822, com cerca de 3.200 civis feridos, disse o sindicato dos médicos local, citada hoje pela Reuters.
Num comunicado citado pela agência espanhola de notícias EFE, o sindicato diz que "o número de mortos desde o início dos confrontos subiu para 822, com 3.215 feridos entre os civis".
Acrescenta que "mais de 290 civis morreram nos dias 13 e 14 de Maio", ou seja, no fim-de-semana passado.
A maioria das mortes aconteceu no seguimento dos confrontos na cidade de Geneina, a capital do Estado do Darfur Ocidental, onde se registaram 280 mortos e 169 feridos, assinalando os dias mais mortíferos desde o início das hostilidades.
O sindicato aponta que "o número de mortos e feridos não inclui a totalidade, porque não se conseguiu contactar com alguns hospitais, devido à dificuldade de movimentos e à situação de insegurança no país".
O gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA) disse no domingo que os combates entre o exército e a RSF tinha feito mais de 675 mortos e mais de 5.500 feridos, além de mais de um milhão de deslocados ou refugiados nos países vizinhos.
O conflito eclodiu em 15 de Abril, num clima de tensões crescentes sobre a integração das RSF nas forças armadas, uma parte fundamental de um acordo assinado em Dezembro para formar um novo Governo civil.
Assim, reactivação da transição após a destituição do então Presidente Omar Al-Beshir em 2019, que foi prejudicada pelo golpe de Outubro de 2021 que depôs o primeiro-ministro da unidade Abdullah Hamdok.
As duas partes acusam-se mutuamente de ter posto em causa sucessivas tréguas, a última das quais uma trégua de sete dias patrocinada pelo Sudão do Sul, que terminou na passada quinta-feira.
No entanto, ainda estão em curso conversações na Arábia Saudita entre representantes do exército e dos paramilitares para chegar a acordo sobre uma trégua humanitária de 10 dias. GAR