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Sudão: Facção militar do partido de Riek Machar anuncia a sua destituição

     África              
  • Luanda • Quinta, 05 Agosto de 2021 | 10h04

Juba- A facção armada do partido de Riek Machar, antigo rebelde que se tornou vice-presidente do Sudão do Sul, anunciou a sua destituição do movimento,uma informação desmentida, quarta-feira, por um seu porta-voz.

Figura central da política sul-sudanesa, Machar foi destituído da sua função de presidente do partido e do braço armado do SPLM/A-IO, segundo um comunicado datado de terça-feira e assinado por Simon Gatwech Dual, um líder desta facção armada.

A decisão foi adoptada no final de uma reunião de três dias entre os dirigentes do SPLM/A-IO, segundo o texto, que proclama Gatwech Dual como o líder interino do movimento.

O texto afirma que Machar "falhou totalmente" em assumir a função de líder e enfraqueceu significativamente o peso do movimento no Governo de coligação, formado em Fevereiro de 2020 e do qual fazia parte.

Segundo o comunicado, o vice-presidente protagonizou durante anos uma "política de dividir para reinar", e favoreceu o nepotismo em detrimento da unidade e do progresso.

Contactado hoje pela agência noticiosa AFP, Lam Paul Gabriel, um porta-voz de Machar, "condenou e denunciou" estas afirmações.

"Reafirmamos o nosso pleno apoio e a nossa lealdade ao presidente supremo e comandante em chefe do SPLM/A-IO, o doutor Riek Machar Teny Dhurgon", disse.

Ainda permanecem pouco percetíveis as consequências deste possível golpe interno contra Machar, um hábil político que conheceu anos de guerra civil, tentativas de assassinato e períodos de exílio.

As diversas e contraditórias alianças políticas que promoveu moldaram a sangrenta história do país, que acaba de festejar os dez anos de independência, obtida em Julho de 2011.

Nesse período já ocupava o cargo de vice-presidente, com Salva Kiir na presidência. Vai tornar-se no principal adversário deste último no decurso da guerra civil que assolou o país desde 2013, provocando cerca de 400.000 mortos.

No âmbito de um acordo de paz assinado em 2018, Machar foi reintegrado em Fevereiro de 2020 num Governo de união nacional, mas muito fragilizado devido à difícil concretização de numerosos pontos do acordo.

Neste contexto, Machar enfrentou uma crescente oposição nas suas fileiras, onde se digladiavam diversas facções, num contexto de profunda crise económica e de níveis de insegurança alimentar e de subnutrição muito elevados.

 





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