Juba - O Sudão do Sul anunciou que vai retomar a sua produção de petróleo a partir desta quarta-feira, quase um ano depois da ruptura, provocada por ataques das forças em guerra no Sudão, o ter deixado inoperacional, noticiou o site Notícias ao Minuto.
O petróleo representa cerca de 90% das exportações do país e os danos na estrutura aumentaram a crise que já vivia, levando a uma subida abrupta da inflação e ao colapso da moeda local, a libra sudanesa, em relação ao dólar.
O retomar da produção e exportação, através do vizinho Sudão, diz respeito à produção nos blocos 3 e 7 operados pela Dar Petroleum Operating County (DPOC), uma das empresas que administra, dentro de um consórcio, o campo de petróleo do Sudão do Sul.
"O dia D que estamos à espera é amanhã, 08 de Janeiro de 2025", disse o ministro do Petróleo, Puot Kang Chol, acrescentando que o seu ministério "deu indicações à DPOC (...) para iniciar imediatamente o retomar das operações".
O grupo não confirmou a informação.
Após a ruptura do oleoduto, estratégico, em Fevereiro passado numa "área de operação militar", o Sudão, em guerra, anunciou que uma "força maior" o impedia de cumprir as suas obrigações de garantir "o transporte e entrega de petróleo bruto através oleoduto".
Essa limitação foi oficialmente levantada pelo Governo sudanês através de uma carta datada de 04 de Janeiro de 2025, disse Chol, numa conferência de imprensa em Juba que se segue a meses de negociações envolvendo o Sudão do Sul, Sudão e empresas parceiras.
O responsável sublinhou que a recuperação será um processo gradual com uma meta de 90.000 barris por dia para os primeiros seis meses.
Antes da paralisação, a produção ultrapassava 150.000 barris de petróleo por dia, de acordo com a BP Statistical Review of World Energy.
Ao proclamar a sua independência em 09 de Julho de 2011, após décadas de conflito com Cartum, o Sudão do Sul herdou 75% das reservas de petróleo pré-secessão do Sudão. Mas, sem litoral, continua a depender da infra-estrutura sudanesa o poder exportar. MOY/AM