Pretória (Da correspondente) - O ministro das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Roland Lamola, disse, em Pretória, que a sétima administração do país continua engajada na implementação da Agenda Africana de paz e segurança.
O diplomata proferiu estas palavras na conferência sobre o “Diálogo de Paz e Segurança em África”, organizada pela Fundação Thabo Mbeki e realizada no final de semana na África do Sul.
"Estou aqui para afirmar que a sétima administração (da África do Sul) continua comprometida com a Agenda Africana, afirmou, adiantando que o diálogo anual em questão foi dedicado a encontrar soluções práticas para os desafios de paz e segurança que o continente enfrenta.
Segundo o chefe da diplomacia sul-africana, os conflitos que maior preocupação causaram e que conduziram a crises humanitárias devastadoras situam-se no leste da República Democrática do Congo e no Sudão.
As evidências, segundo o governante, sugerem que quando todas as variações são apresentadas, “acredita-se que mais de 120 conflitos se estão a desenrolar no mundo, enquanto 60% do orçamento de manutenção da paz do Conselho de Segurança das Nações Unidas se concentra nos conflitos africanos e na manutenção da paz".
Lamola sublinhou que o Governo de Unidade Nacional do seu país estava a trabalhar de forma ininterrupta para acabar com essas guerras, sendo que o Presidente Cyril Ramaphosa tem a visão voltada para o Sudão, enquanto o seu vice Paul Mashatile está focado nos assuntos do Sudão do Sul.
Infelizmente, prosseguiu, ambos não receberam a atenção adequada da comunidade internacional em comparação com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, o conflito devastador em Gaza e as recentes tensões entre Israel e os seus vizinhos árabes.
O ministro manifestou a sua preocupação pelo facto de África estar a viver o ressurgimento de golpes de Estado nos últimos anos, enquanto seis Estados -membros continuam suspensos da União Africana (UA) devido a alterações governamentais inconstitucionais.
"Espero que esta conferência nos ajude a encontrar uma solução para as questões legitimas da África Ocidental sobre a tradição colonial que ainda é visível na maior parte do continente", disse.
O sul global continuará a trabalhar em harmonia e a revitalizar a União Africana e as Comunidades Económicas Regionais que são os alicerces da integração africana, sustentou o governante.
Para Ronald Lamola, o ressurgimento da violência na região do Sahel deve preocupar a todos e que o terrorismo e os actos extremistas violentos em Cabo Delgado eram uma ameaça à segurança de Moçambique e de toda a África Austral.
A África do Sul continua a apoiar os líderes e o povo do Sudão do Sul no seu processo de transição para uma democracia estável, tendo colocado a questão do financiamento das operações de manutenção da paz no continente, através dos contributos estatutários da ONU, na agenda do Conselho de Segurança. RB