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SADC ordena retirada das tropas destacadas no leste da RDC

     África              
  • Luanda • Quinta, 13 Março de 2025 | 16h17
Bandeiras de países da SADC
Bandeiras de países da SADC
Domingos Cardoso - ANGOP

Pretória - Os países que compõem a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) ordenaram hoje, numa cimeira ‘online’,  a retirada das suas forças de paz destacadas no leste da República Democrática do Congo (RDC).  

"A cimeira pôs termo ao mandato da SAMIDRC (a missão militar do bloco) e ordenou o início de uma retirada gradual das tropas da SAMIDRC da RDC", afirmaram os líderes num comunicado conjunto emitido no final de uma cimeira extraordinária do bloco regional de 16 nações, segundo a agência Lusa.

A decisão foi tomada depois de 18 soldados da SAMIDRC (a maioria sul-africanos) terem sido mortos no final de Janeiro, quando o grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23) avançou em direcção a Goma, a capital da província de Kivu do Norte, no leste da RDC, que acabou por conquistar depois de intensos combates com o exército democrático-congolês. 

"Na cimeira foi referida a dedicação à resolução do conflito em curso na RDC e foi reafirmado o empenho (do bloco) em apoiar as intervenções destinadas a alcançar uma paz e uma segurança duradouras no leste da RDC", pode ler-se no comunicado.

A SADC sublinhou ainda "a necessidade de uma solução política e diplomática com todas as partes, incluindo as estatais, não-estatais e civis, para o restabelecimento da paz, da segurança e da tranquilidade no país" face às "crescentes necessidades humanitárias" na região.

A SADC enviou a sua missão para o leste da RDC em Dezembro de 2023 para apoiar as operações do exército democrático-congolês contra vários grupos rebeldes, e prorrogou o seu mandato por mais um ano em 2024.

Esta declaração da SADC foi divulgada um dia depois de a Presidência angolana ter anunciado que o Governo democrático-congolês e o M23 vão realizar conversações de paz em Luanda, capital de Angola, em 18 de Março, após várias recusas de Kinshasa em abordar o conflito directamente com o grupo.

O Presidente angolano tem actuado como mediador no conflito na RDC, tendo sido designado pela União Africana como facilitador para promover a paz e a segurança na região e reduzir as tensões entre aquele país e o Rwanda.

As várias tentativas de reunir à mesma mesa as partes beligerantes têm saído goradas até ao momento.

O M23, composto maioritariamente por tutsis congoleses, obteve ganhos territoriais significativos nas últimas semanas, uma ofensiva que levou a RDC a acusar directamente o Ruanda de enviar tropas para o seu território para apoiar as operações do M23, no meio de apelos regionais a um cessar-fogo e a um processo de paz.

Por seu lado, as autoridades rwandesas acusam o Governo da RDC de reprimir os tutsis congoleses, que são uma minoria no leste da RDC, com o apoio de grupos armados como as Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR) - fundadas por hutus que fugiram do genocídio ruandês de 1994 e outras milícias locais.

A SADC é uma comunidade económica regional composta pela África do Sul, Angola, Botswana, Comores, Essuatíni, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, RDC, Seychelles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe. DSC/AM

 

 



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