Djamena - O Movimento de Salvação Patriótica (MPS), no poder no Tchad, conquistou 124 dos 188 lugares nas primeiras eleições legislativas de sábado desde 2011, de acordo com os resultados provisórios da comissão eleitoral divulgados hoje, segundo site o Notícias ao Minuto.
"Trinta e oito partidos políticos e agrupamentos de partidos políticos estarão representados na Assembleia Nacional", disse Ahmed Bartchiret, presidente da Agência Nacional de Gestão Eleitoral (Ange).
No final de Dezembro, cerca de oito milhões de chadianos tinham ido às urnas para eleições legislativas, provinciais e locais.
A comissão eleitoral anunciou, província a província, os resultados das eleições legislativas e provinciais, sem indicar a distribuição dos lugares e com várias horas de atraso.
De acordo com os documentos recolhidos pela agência de notícias francesa AFP, o MPS, de Mahamat Idriss Déby Itno, obteve 124 lugares.
A Coligação Nacional dos Democratas Chadianos (RNDT, em língua francesa), partido do antigo candidato presidencial Albert Pahimi Padacké, obteve 11 lugares, segundo a
AFP.
Segundo a comissão, a taxa de participação nas eleições legislativas e provinciais foi de 51,56%.
"O facto de o escrutínio ter sido realizado num domingo, dia de culto para os cristãos, e em plena época festiva, explica a afluência 'moderada' às urnas", segundo Bartchiret.
O principal partido da oposição, Os Transformadores, tinha qualificado o processo eleitoral como um "fracasso retumbante" devido ao "boicote maciço" a que tinham apelado, prevendo "resultados pré-fabricados".
O MPS rejeitou estas acusações, associando o boicote a uma "estratégia destrutiva" da democracia no país.
O código eleitoral chadiano prevê a possibilidade de contestar as eleições cinco dias após a proclamação dos resultados finais, prevista para 03 de Fevereiro.
A Assembleia deveria ter sido renovada em 2015, mas os sucessivos adiamentos foram justificados pela ameaça jihadista, pelas dificuldades financeiras, pela epidemia de coronavírus e pela transição que se seguiu ao golpe militar após a morte do marechal Déby, assassinado pelos rebeldes após 30 anos de poder.
Um parlamento de transição foi então nomeado por decreto presidencial em 2021, assinado pelo filho de Deby, que subiu ao poder.
Ao receber o título de marechal em 21 de Dezembro, Mahamat Idriss Déby Itno afirmou que a sua subida ao poder tinha "evitado que o país se afundasse no caos".
Por seu turno, a oposição considera, no entanto, que o regime é autocrático e repressivo, mantendo a linha do seu pai.MOY/CS