Luanda – Os primeiros resultados das eleições gerais na Namíbia, realizadas na quarta-feira, começam a ser publicados na sexta-feira num ambiente de expectativa crescente no seio da oposição que almeja o poder e do partido SWAPO que deseja manter-se na liderança do país.
De acordo com a Comissão Eleitoral, cerca de 1,45 milhões de eleitores de 121 distritos votaram no pleito para escolherem o novo presidente da república e os 96 deputados para Assembleia Nacional, tendo concorrido para o efeito 15 candidatos presidenciais e 21 partidos.
De acordo com os meios de comumicação namibianos, a candidata presidencial do partido no poder há 34 anos (SWAPO), Netumbo Nandi-Ndaitwah (72 nos), é a principal favorita na corrida a liderança do país por ser a vice-presidente do estado namibiano e por também ter ocupado inúmeras pastas ministeriais nos anteriores governos da sua filiação partidária.
Segundo sondagens da imprensa local, na votação especial antecipada de 12 de Novembro, exclusiva para cerca de 16.300 votantes, entre eles agentes das forças de segurança e namibianos residentes no exterior, ela ultrapassou os demais candidatos com 60% dos votos.
A televisão Aljazeera informou que Nandi contou com forte oposição de Panduleni Itula (67 anos), um dos ex-lider da juventudo da SWAPO e agora do Patriotas Independentes pela Mudança (IPC), que nas eleições de 2019 concorreu como independente e conseguiu 29% dos votos.
Expulso da SWAPO em 2020, o politico, popular entre a juventude, tem acusado o actual governo namibiano de corrupto e ineficiente, tendo, em contra-partida, prometido prosperidade económica para esta franja populacional e reduzir impostos corporativos para que mais empresas estrangeiras operem no seu país.
O politico McHenry Venaani (47 anos) do Movimento Democrático Popular (PDM), o maior partido de oposição da Namíbia, também foi um dos favoritos dos votantes nestas eleições, depois de ter concorrido em 2019 nas quais obteve 5% dos votos.
Numa ronda efectuada às inúmeras assembleias de voto pela agência chinesa Xinhua, o eleitor Rameke Tjihaze de Karibib, da região namibiana de Erongo, votou pela primeira vez aos 22 anos e afirmou que o pleito aconteceu num momento em que os jovens votaram nos partidos que vão enfrentar os desafios que vivem.
Já David Shilongo, um aposentado da localidade de Oshana, votou pela quarta vez e esteve curioso para ver a lealdade dos demais eleitores para com os partidos políticos antigos e novos.
Instado a falar sobre a única candidata presidencial feminino, Johanna Iileka, uma eleitora da região de Khomas, antecipou mudanças significativas no parlamento devido às próximas nomeações ministeriais. "Estas eleições não só marcarão uma grande conquista para o partido com a candidata presidencial feminina, mas também para todas as mulheres namibianas".
Joshua Seibeb, chefe da Autoridade Tradicional Tsoaxudaman de Otjimbingwe (Erongo), expressou esperança de que os resultados das eleições e o novo parlamento acelerariam o desenvolvimento rural, melhorando os serviços básicos e abordando a escassez de água para os cidadãos.
De acordo com a imprensa local, as eleições decorreram com normalidade e foram as mais concorridas para a SWAPO, tal como se apresentaram os votantes em longas filas para depositarem os votos nas urnas, numa alusão a pretensão a mudança de governação num país afectado por uma elevada taxa de desemprego, desigualdade sócio-económico e corrupção, que a oposição apontou durante a campanha eleitoral.
Entretanto, os primeiros resultados eleitorais começam a ser divulgados na sexta-feira, depois da contagem ter prosseguido nesta quinta-feira. A publicação definitiva está prevista para sábado. DSC/CS