Luanda – O alerta sobre a desnutrição aguda de cerca de um milhão de crianças etíopes e de 350 mil mulheres grávidas e lactantes, este ano, constituiu um dos assuntos destacados no noticiário africano durante a semana que hoje finda.
O alerta foi feito pelo director executivo adjunto do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Ted Chaiban, que realizou uma visita à Etiópia, tendo instado a comunidade internacional "a aumentar imediatamente o seu apoio às crianças e famílias" no país, para evitar que piore a catástrofe humanitária.
Segundo um comunicado à imprensa, “a Etiópia está a enfrentar múltiplas crises e as necessidades estão a ultrapassar a nossa resposta", afirmou.
Explicou que a seca provocada pelo fenómeno meteorológico El Niño, que atingiu o norte, o centro e o sul da Etiópia, está a ter um impacto devastador em milhões de crianças.
Também, nos últimos sete dias, o Presidente do Senegal, Macky Sall, disse que vai pedir ao Conselho Constitucional um parecer sobre as recomendações de que as presidenciais decorram após o fim do seu mandato, permanecendo em funções até à tomada de posse do sucessor, anunciou quarta-feira a Presidência.
As eleições, que se deveriam ter realizado no passado domingo, foram adiadas por Macky Sall a horas do início da campanha eleitoral, no dia 03 de Fevereiro, e marcadas para 15 de Dezembro.
O Presidente "remeterá o assunto ao Conselho Constitucional para que este se pronuncie sobre as conclusões e recomendações do diálogo nacional", evento convocado por Macky Sall e que decorreu na segunda e na terça-feira, lê-se num comunicado de imprensa.
A semana ficou igualmente marcada pela morte, aos 98 anos, do antigo Presidente da Tanzânia, Ali Hassan Mwinyi, que reformou e introduziu a democracia multipartidária neste país da África Oriental.
Segundo a Presidência da República, o antigo chefe de Estado estava a ser tratado de um cancro do pulmão.
Mwinyi tinha sido hospitalizado em Londres, em Novembro de 2023, antes de regressar a Dar es Salaam para prosseguir o seu tratamento.
O país vai observar sete dias de luto, com as bandeiras nacionais hasteadas à meia-haste.
Ainda durante a semana, o secretário-geral da ONU, António Guterres, garantiu que continua fortemente comprometido com o povo do Sudão, apesar da Missão das Nações Unidas concluir hoje a sua retirada do país.
Num comunicado, o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, frisou que a saída da Missão Integrada de Assistência à Transição das Nações Unidas no Sudão (UNITAMS) - uma missão de carácter político e não militar - não significa um desinteresse da ONU por esse país do norte de África.
"As Nações Unidas não vão abandonar o Sudão. Continuam fortemente empenhadas em prestar assistência humanitária vital e em apoiar o povo sudanês nas suas aspirações por um futuro pacífico e seguro", diz a nota.
Na zâmbia, o Presidente zambiano, Hakainde Hichilema, declarou que o país está sob uma catástrofe nacional pela seca que vive devido ao fenómeno meteorológico El Niño, que devastou a agricultura do país.
Segundo Hakainde Hichilema, o sector agrícola do país foi devastado pela falta de chuvas e que mais de um milhão de famílias tinham sido afectadas.
"Cerca de metade da área cultivada foi destruída", disse o Presidente num discurso à nação, referindo ainda que "esta seca prolongada causou uma catástrofe nacional".
E por último, a comissária da União Africana (UA), Josefa Correia Sacko, disse em Nairobi que a adopção de uma abordagem da economia circular em África vai ajudar a resolver as crises ambientais, pela transformação das cadeias de valor inteiras para o apoio ao crescimento e desenvolvimento económico inclusivo e sustentável do continente.
A diplomata angolana, que falava à margem da 6ª Assembleia do Programa das Nações Unidas para o Ambiente, PNUA, em alusão ao dia africano do ambiente, a assinalar-se no domingo (3 de Março), sublinhou que a data tem por objectivo sensibilizar para os desafios ambientais que o continente enfrenta, nomeadamente poluição atmosférica, perda de biodiversidade e alterações climáticas.
“Fizemos progressos constantes em África na implementação da Agenda 2063. No entanto, temos de reconhecer que as nossas práticas actuais de consumo e produção representam, em muitos casos, um claro desafio para a agenda da sustentabilidade”, destacou. CS