Luanda - A crise militar entre a República Democrática do Congo (RDC) e o movimento do M23, que conquistou mais uma cidade estratégica em minerais neste país, assim como a tomada de posse da primeira presidente da Namíbia, constituíram os destaques no noticiário africano da ANGOP durante a semana que hoje finda.
Na RDC, o movimento rebelde, apoiado pelo Rwanda, voltou a demonstrar o seu poder perante as forças governamentais ao capturar, após fortes combates na noite de quarta-feira (19/3), a localidade de Walikale, no leste do Congo, como testemunharam os residentes e líderes da sociedade civil.
A região alberga os maiores depósitos de minas de ouro e de estanho do Congo, sendo este último extraído em Bisie, situado a cerca de 60 quilómetros a noroeste de Walikale, é a maior exportadora da província de Kivu do Norte.
Com o controlo desta região, o M23 (formado maioritariamente por tutsi congoleses), assume o controlo de uma estrada principal que liga o Kivu do Norte, Kivu do Sul, Tshopo e Maniema, cortando as posições do exército congolês, segundo a AfricaNews.
A queda desta cidade aconteceu 24 horas depois de os presidentes do Congo e do Rwanda (Paul Kagame e Félix Tshisekedi) terem mantido conversações inesperadas no Qatar, onde apelaram a um cessar-fogo imediato e incondicional.
A ANGOP destacou igualmente a tomada de posse da primeira presidente eleita da Namíbia, Netumbo Nandi-Ndaitwah, ocorrido na sexta-feira no palácio presidencial State House, em Windhoek, alternativa encontrada a “última hora” devido as chuvas fortes que assolaram a capital namibiana que impediram a realização do acto no Estádio da Independência.
Nandi-Ndaitwah, de 72 anos, venceu as eleições em Novembro de 2024 com 58 por cento dos votos, tendo prestado juramento de posse perante o presidente do Supremo Tribunal, Peter Shivute, na presença de vários líderes africanos.
Também nos último sete dias foi noticiada a preocupação demonstrada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) relacionada com a eminente escassez de medicamentos de combate ao VIH/SIDA, que a acontecer poderá provocar a infecção de mais de 10 milhões de pessoas e mais de 3 milhões de mortes adicionais em todo mundo.
Em África, o Burkina Faso, Quénia, Lesoto, Mali, Nigéria e o Sudão do Sul encontram-se entre os fortemente afectados pela pandemia, segundo uma declaração da OMS, que a agência APA News teve acesso.
A escassez surge na sequência do congelamento de financiamentos efectuados pelo governo norte-americano em Janeiro último, que afectam a produção ou fornecimento dos anti-retrovirais.
Outro assunto que mereceu destaque foi a crise diplomática recente entre a África do Sul e os Estados Unidos da América (EUA), que forçou ao regresso do embaixador sul-africano Ebrahim Rasool ao seu país.
O diplomata foi considerado “persona non grata” pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que também o qualificou como um "político racista que odeia os Estados Unidos e Donald Trump”.
A posição norte-americana surge na sequência de um discurso proferido pelo diplomata sul-africano numa conferência recente organizada por um instituto em Joanesburgo (África do Sul), onde explicou que Donald Trump conduzia "uma política de supremacia branca".
Ainda na semana que hoje finda foi anunciada a retirada do Níger (país colonizado pela França e agora governado por uma junta militar) da Organização Internacional da Francofonia (OIF), segundo um comunicado divulgado na segunda-feira do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O país, que havia aderido à organização em 1970, dez anos após a sua independência, foi suspenso da organização após o golpe de Estado que derrubou em 23 de Julho de 2024 o presidente eleito, Mohamed Bazoum.DSC/CS
