Luanda – O anúncio feito pela agência de saúde pública da União Africana (UA) sobre o registo de 5.842 casos de Mpox no continente africano, dos quais 669 confirmado em laboratório, e 38 mortos em 21 nações nas duas primeiras semanas do ano, constituiu destaque do noticiário aafricano durante a semana que hoje finda.
Segundo o Centros de Controlo e Prevenção de Doenças em África (África CDC), "o mpox não acabou, há uma tendência de aumento em alguns países que exige um compromisso renovado para uma frente mais forte e mais unida contra a doença".
Dos países que registaram surtos no continente, 10 estão actualmente na "fase activa", incluindo a República Democrática do Congo (RDC), que continua a ser o epicentro da epidemia e o país com a taxa de despistagem mais baixa do continente. A região centro-africana é responsável por 88,7% das infecções e 89,5% das mortes, segundo a África CDC.
Ainda sobre doença, uma equipa multidisciplinar de 12 especialistas, incluindo epidemiologistas, comunicação de riscos, prevenção e controlo de infecções (IPC) e pessoal de laboratório deslocou-se, na semana que hoje termina, a Dar Es Salaam para ajudar a conter o surto do vírus de Marburg que afecta actuamente a Tanzânia.
Segundo um comunicado do Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC), a equipa tem a missão de prestar apoio no terreno à vigilância, PCI, diagnóstico e participação comunitária, revelou um comunicado de imprensa.
O director geral do África CDC, Jean Kaseya, revelou que contactou a Presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, e o Ministro da Saúde para garantir esforços coordenados e o compromisso político para a resposta.
Durante os últimos sete dias, as Nações Unidas disseram que o número de deslocados à força no leste da República Democrática do Congo (RDC) superou as 400 mil pessoas nas primeiras três semanas deste ano, o dobro do registado na semana passada.
“O número de pessoas deslocadas só este ano é agora superior a 400 mil", disse o porta-voz da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Matthew Saltmarsh.
Citado pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP), numa conferência de imprensa das agências da ONU em Genebra, Saltmarsh acrescentou que o número de 400 mil é "quase o dobro do número registado na semana passada" neste país.
A semana ficou igualmente marcada pelo alerta do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) para ajuda de cerca de 868 milhões de euros (1 euro equivale a Kz 949,57) para responder às necessidades de 3,6 milhões de pessoas, este ano, no nordeste da Nigéria.
Este alerta emitido pelo OCHA, em comunicado, refere-se aos cidadãos dos estados de Borno, Adamawa e Yobe, mas a entidade indicou também que cerca de 7,8 milhões de pessoas desta nação precisam de ajuda humanitária.
Assim, foi lançado, na capital Abuja, o Plano de Resposta às Necessidades Humanitárias da Nigéria para 2025, com a presença do coordenador humanitário da ONU na Nigéria, Mohamed Malick Fall, do ministro dos Assuntos Humanitários e da Redução da Pobreza, Nentawe Goshwe Yilwatda, entre outros altos funcionários.
Por outro lado, também na Nigéria, um novo ataque do grupo islâmico Boko Haram contra uma cidade do estado de Borno, no nordeste da Nigéria, deixou pelo menos 20 mortos, informou a media local.
As vítimas pertenciam a uma comunidade piscatória chamada Gadan Gari, na localidade de Marte, que realizavam o seu trabalho habitual quando foram surpreendidos por um grupo de homens armados que os dispararam indiscriminadamente esta quarta-feira.
Testemunhas oculares também afirmaram que outros cinco pescadores foram sequestrados.
E na República Democrática do Congo (RDC), o secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou, nos termos mais fortes, a ofensiva renovada lançada pelo Movimento 23 de Março (M23) desde o início do ano e a sua expansão para Kivu Norte e Kivu Sul.
Segundo o porta-voz do líder da ONU, Stéphane Dujarric, esta ofensiva tem um preço devastador para a população civil e aumenta o risco de uma guerra regional mais ampla.
A este propósito, Guterres pediu ao M23 que cesse imediatamente a sua ofensiva, retire-se de todas as áreas ocupadas e cumpra o acordo de cessar-fogo de 31 de Julho de 2024.CS