Luanda – A decisão tomada pelo presidente do Zimbabwé de abolir a pena de morte no seu país e a presidência mensal da Argélia no Conselho de Segurança da ONU, constituem, dentre outros, os destaques noticiosos da ANGOP durante a semana que hoje finda.
No Zimbabwé, o Presidente Emmerson Mnangagwa promulgou oficialmente a abolição da pena de morte, depois de ter assinado um projecto de lei que irá comutar as sentenças de cerca de 60 prisioneiros no corredor da morte por penas de prisão.
A última execução foi há quase duas décadas, em 2005, em parte porque, a certa altura, ninguém estava disposto a assumir o cargo de carrasco do Estado. O próprio presidente Mnangagwa enfrentou a pena de morte na década de 1960, durante a guerra de independência do Zimbabwé.
Outro assunto que marcou a semana foi a notícia segundo a qual a Argélia vai assumir a presidência mensal do Conselho de Segurança da ONU, como membro não permanente, dando prioridade às questões da Palestina e do Sahara Ocidental, depois de um ano de "evolução perigosa" nas relações internacionais.
O ministro dos Negócios Estrangeiros argelino, Almed Attaf disse que 2024 foi marcado por uma evolução perigosa, até mesmo catastrófica, nas relações internacionais, com o uso excessivo de força como opção imposta pelos mais fortes aos mais fracos e indefesos.
Para ele, esta direcção condicionou uma nova realidade cujas repercussões se fizeram sentir em todo o mundo, particularmente no mundo árabe e no continente africano. Nos últimos sete dias mereceu igualmente destaque o anúncio feito pela Cote d’Ivoire sobre a retirada das tropas francesas do local, marcando o fim de uma presença militar de décadas no país.
O presidente Alassane Ouattara confirmou que o processo para a retirada das tropas francesas no seu país começará neste mês de Janeiro de 2025, com a base militar de Port Bouët a ser entregue às forças ivoirenses.
“Decidimos por uma retirada coordenada e organizada das forças francesas”, disse Ouattara. A França actualmente tem até 600 soldados estacionados no país. Constituiu também manchete do noticiário africano da ANGOP, o pedido feito pelo presidente são-tomense, Carlos Vila Nova, que pretende uma governação mais responsável e mais presente em 2025.
O presidente de São Tomé e Príncipe disse que os desafios dos anos anteriores continuam "quase todos sem solução" e o povo enfrentou "dificuldades significativas" em 2024. Por sua vez, o presidente de transição da Guiné, General Mamadi Doumbouya, disse que o seu país retornará à ordem constitucional em 2025.
No seu discurso de Ano Novo, o General Mamadi Doumbouya, anunciou que o processo começaria no primeiro trimestre de 2025 com a assinatura de um decreto para organizar um referendo constitucional.
Doumbouya delineou as conquistas de sua administração no último ano e apresentou um roteiro para o futuro político do país e quer instituições fortes e duradouras para salvaguardar a democracia da Guiné.
Por fim, o Sudão anunciou que rejeita um relatório apoiado pelas Nações Unidas, segundo o qual a fome se tinha propagado a cinco novas regiões daquele país, devastado pela guerra.
No seu último relatório, publicado na terça-feira, o sistema de Classificação das Fases da Segurança Alimentar (IPC) utilizado pelas agências das Nações Unidas, afirma que 638.000 pessoas enfrentam actualmente níveis catastróficos de fome, com mais 8,1 milhões à beira da inanição.
Entre Dezembro e Maio, o IPC declarou que 24,6 milhões de pessoas, cerca de metade da população do Sudão, deveriam enfrentar "níveis elevados de insegurança alimentar aguda". O Sudão foi dilacerado por 20 meses de combates entre o exército sudanês e as forças paramilitares de apoio rápido (RSF, na sigla em inglês), o que conduziu a uma terrível crise humanitária.MOY/CS