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Resenha Africana da Semana

     África              
  • Luanda • Sábado, 30 Novembro de 2024 | 11h55
Mapa de África
Mapa de África
Divulgação

Luanda – As eleições gerais na Namíbia, realizadas na última quarta-feira, assim como a detenção dos suspeitos da intentona contra o Governo de transição no Mali foram manchetes no noticiário da ANGOP durante a semana que hoje finda.

No pleito namibiano participaram 1,45 milhões de eleitoress que em 121 distritos votaram para a escolha do novo presidente da republica e dos 96 deputados.

Concorreram para ambos postos 15 candidatos presidenciais e 21 partidos políticos, entre os quais a SWAPO que há 34 anos comanda o país, cuja governação nos últimos anos tem sido contestada pela oposição devido a crise sócio-económica, a  elevada taxa de desemprego e corrupção que assola a Namíbia.

Netumbo Nandi-Ndaitwah, de 72 nos e vice-presidente da república,  foi a única candidata presidencial feminino proposto pelo partido do qual é militante – SWAPO – nas eleições, as sétimas na Namíbia.

No Mali, o exército local anunciou na quinta-feira a detenção de seis suspeitos de apoiarem os autores dos atentados na capital Bamako, que mataram mais de 70 pessoas em meados de Setembro deste ano, segundo noticiou a Lusa.

Num comunicado, o Estado-Maior "informa a opinião pública da detenção, nos dias 17 e 18 de Novembro, de seis membros da rede terrorista implicados no atentado de 17 de Setembro em Bamako".

O Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos (GSIM, sigla em francês) havia assumido o ataque, tendo afirmado na altura que algumas dezenas dos seus homens tinham causado centenas de mortos e feridos, incluindo membros do grupo russo Wagner, contratado pelo governo maliano liderado por uma junta militar comandado pelo general Assimi Goïta,cujo país sofreu dois golpes de estado, em Agosto de 2020 e Maio de 2021 respectivamente.

A ANGOP também destacou  no se noticiário africano que a África continua a registar as mais elevadas taxas de femicídio cometido por parceiros íntimos e familiares, tendo contabilizado cerca de 21.700 vítimas em 2023, de acordo com um relatório divulgado na segunda-feira pelas Nações Unidas.

"Com uma estimativa de 21.700 vítimas de femicídio relacionado com o parceiro íntimo/família em 2023, África é a região com o maior número de vítimas em termos agregados", lê-se no relatório.

África é ainda palco do maior número de vítimas em relação à dimensão da sua população (com 2,9 vítimas por 100 mil no ano passado). A Ásia registou 18.500, as Américas 8.300, a Europa 2.300 e a Oceânia 300.

Ainda durante os últimos sete dias, a comissária da União Africana, a angolana Josefa Sacko, reafirmou, em Dakar, que a iniciativa para os Solos em África e o mecanismo de financiamento do plano de acção para os fertilizantes são uma forma clara de alcançar a produtividade agrícola sustentável e a soberania alimentar em África.

A diplomata referiu, numa conferência de membros, que a agricultura é a base de sustento de milhões de pessoas no continente, contribuindo significativamente para o desenvolvimento económico. 

Dessa forma, defendeu que os quadros políticos são necessários para lidar com esses desafios que estão a ser desperdiçados, reafirmando a necessidade de uma forte vontade política, parcerias bem coordenadas e recursos adequados.

Constituiu igualmente  destaque no notíciário da ANGOP  o  anúncio feito pelo Governo tchadiano referente a cessação dos acordos de cooperação em segurança e defesa com a França.

“O governo da República do Tchad informa à opinião nacional e internacional sua decisão de encerrar o acordo de cooperação em matéria de defesa assinado com a República Francesa”, declarou o ministro das Relações Exteriores Abderaman Koulamallah, em comunicado na página do Facebook do ministério.

Após as retiradas forçadas de suas tropas no Mali, Burkina Faso e Níger, o Chad era o último país da região do Sahel com presença militar francesa, marcando mais um passo na perda de influência tradicional de Paris, herdada do período colonial. O anúncio ocorreu poucas horas depois da visita ao Tchad do chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot.

Entretanto,  o Presidente senegalês, Bassirou Diomaye Faye, destacou no mesmo dia, que a presença de bases militares francesas no seu território é incompatível com a soberania nacional.

"O Senegal é um país independente, é um país soberano e a soberania não pode ser conciliada com a presença de bases militares num país soberano", afirmou Bassirou Diomaye Faye, em entrevista concedida a AFP no palácio presidencial, em Paris, onde se reuniu com o Presidente francês.

Sessenta e quatro anos após a independência, "as autoridades francesas devem considerar a possibilidade de ter uma parceria despojada desta presença militar, mas que seja uma parceria rica, uma parceria frutuosa, uma parceria privilegiada e global, como temos com muitos outros países", afirmou.DSC/CS


 





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