Luanda - O anúncio da União Africana (UA) sobre o Governo congolês em violar direitos da comunidade indígena Batwa ao expulsá-la, há 50 anos, das terras ancestrais para expandir um dos maiores parques nacionais da República Democrática do Congo (RDC), constituiu, dentre outros, o assunto de destaque do noticiário africano durante a semana que hoje finda.
Segundo a UA, a conclusão, tornada pública pela Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos (CADHP), é a primeira do género a reconhecer o papel central que as populações nativas desempenham na protecção da biodiversidade.
O povo Batwa vivia como caçador e colector nas zonas florestais do Uganda, Rwanda e RDC.
Durante os últimos sete dias, os presidentes do Egipto, Abdel-Fattah El-Sisi, e do Tchad, Mahamat Idriss Déby, discutiram os esforços regionais e internacionais para buscar uma solução para as crises na Líbia e no Sudão.
Segundo um comunicado da presidência egípcia, citado pela Prensa Latina, ambos os líderes defenderam a diplomacia para alcançar a estabilidade na Líbia e um cessar-fogo no Sudão.
A primeira das duas nações tem dois governos paralelos que se enfrentam como resultado de anos de violência após uma guerra apoiada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Um outro assunto que mereceu destaque foi a declaração do toque de recolha entre os governos dos estados de Kano, Borno e Yobe, sobre os protestos que começaram na Nigéria degeneraram em violência em algumas áreas.
O governador Abba Yusuf de Kano declarou um toque de recolher de 24 horas no estado com efeito imediato e todas as agências de segurança foram orientadas a garantir o cumprimento total.
A semana ficou também marcada pela morte de pelo menos 13 manifestantes durante os protestos contra a crise económica na Nigéria e que se "tornaram violentos" em vários estados do país, segundo denunciou a Amnistia Internacional.
As autoridades, segundo informou o site Notícias ao Minuto, confirmaram a morte de quatro pessoas, vítimas da explosão de uma bomba, assim como a detenção de outras centenas durante as manifestações em vários pontos da Nigéria.
Um outro assunto que marcou a semana, de 28 Julho a 3 de Agosto, foi o anúncio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em apoiar com 7,8 milhões de euros dois projectos transfronteiriços que visam promover o desenvolvimento sustentável e a cooperação entre Moçambique e o Zimbabwe.
Os projectos destinam-se ao aumento da segurança alimentar, melhoria dos meios de subsistência e promoção da resiliência contra os desafios ambientais e económicos, refere a FAO em comunicado.
Trata-se das iniciativas Gestão Sustentável Integrada Transfronteiriça das Florestas de Miombo e Desenvolvimento da Cadeia de Valor Agrícola e do Comércio de Zim-Moza (ATDP Zim-Moza).
A acusação feita pela República Democrática do Congo ao exército rwandês de bloquear os sistemas de navegação por satélite que afectam os voos civis na zona leste do país, atingida pelo conflito, mereceu igualmente destaque durante a semana finda.
Rwanda, que faz fronteira com a República Democrática do Congo, estava a interferir com os sinais do Sistema de Posicionamento Global (GPS) das aeronaves através de “jamming” e “spoofing” – um tipo de crime cibernético que envolve a criação de uma identidade falsa ou falsificação de identidade.AM/CS