N'Djamena - Um grupo de 380 rebeldes da Frente para a Alternância e Concórdia no Chade (FACT, na sigla em francês), condenados a prisão perpétua por envolvimento na morte do ex-presidente Idriss Déby Itno, foram indultados hoje por decreto presidencial.
Os indultos foram anunciados pela presidência da República do Tchad num comunicado citado pela agência France Presse.
Mais de 400 rebeldes foram condenados na terça-feira a prisão perpétua no Tchad por vários crimes, incluindo a morte do ex-presidente Idriss Déby Itno, ferido mortalmente na frente de combate em 2021.
Os rebeldes foram também considerados culpados de "actos de terrorismo, actividade mercenária e de atentar contra a segurança do território nacional".
Em Abril de 2021, o então rupo rebelde, FACT, lançou uma ofensiva a partir das suas bases de retaguarda na Líbia em direcção à capital do Tchad, N'Djamena.
O exército anunciou que Idriss Déby Itno, que governava o Tchad há mais de 30 anos após um golpe de Estado, tinha sido morto na frente pelos rebeldes, tendo nomeado Presidente um dos seus filhos, Mahamat Idriss Déby Itno, por um período transitório, à frente de uma junta militar de 15 generais.
No final do período de transição, que acabou por durar mais do que 18 meses previstos, Mahamat Idriss Déby Itno foi reconduzido como chefe de Estado, após um diálogo de "reconciliação nacional" boicotado pela oposição e pelos rebeldes mais activos.
Num comunicado hoje divulgado, os serviços de Mahamat Idriss Déby Itno anunciaram que "os membros do grupo armado denominado FACT, condenados por actos de atentado à integridade do Estado (...) beneficiam do indulto presidencial".
Contactado pela AFP, Francis Lokoulde, um dos advogados dos membros da FACT, disse-se aliviado".
O líder da FACT no exílio, Mahamat Mahdi Ali, e 55 outros membros daquele grupo condenados na terça-feira, à revelia, a prisão perpétua não serão afectados por este indulto, segundo o advogado Francis Loukoulde, ouvido pela France Presse.