Kinshasa - Os senadores da República Democrática do Congo (RDC) elegeram terça-feira, 02, em Kinshasa, o seu colega Modeste Bahati Lukwebo, ao cargo de presidente da Câmara Alta, por 89 votos de um total dos 109 eleitos do povo.
Modeste Bahati substitui Alexis Thambwe Mwamba, um próximo de Joseph kabila que se demitiu a 05 de Fevereiro último, depois de varias pressões dos seus colegas que o acusam de ter desviado dois milhões de Euros destinados à instituição que dirigia.
A maioria absoluta obtida pelo actual apoiante do Presidente Félix Tshisekedi era previsível já que o mesmo beneficiou da confiança dos vários membros da União Sagrada para a Nação, lançada pelo chefe do Estado congolês, e que visou afastar da gestao da coisa públuca os partidários da Frente Comum para o Congo (FCC).
O também líder da Aliança das Forças Democráticas do Congo (AFDC), criada em 2010, e segunda maior força política da FCC nas eleições gerais de Dezembro de 2018, é um antigo aliado de Joseph Kabila do qual se separou por não ter obtido o cargo que hoje ocupa, e por o antigo chefe do Estado congolês ter imposto Tambwe Mwamba como o seu preferido.
Foi o homem que Tshisekedi escolheu para sondar uma maioria que deu 309 deputados dos 500 que compõem a Assembleia Nacional, conforme o artigo 78 da Constituição congolesa, facilitando a nomeação, pelo chefe de Estado, do novo Primeiro-ministro, Jean Michel Sama Lukonde Kyenge.
Na actual maioria de Tshisekedi, a AFDC é a força política com mais deputados nacionais, provinciais e senadores, ultrapassando mesmo a coligação presidencial Cach.
Observadores políticos nacionais e internacionais atribuem ainda a demissão do antigo ministro da Justiça de Kabila e a apresentação da candidatura de Lukwebo, à ofensiva política levada a cabo por Tshisekedi, desde Dezembro de 2020, visando controlar a maioria goverramental e parlamentar, até la, controlada pela FCC do antigo chefe do Estado congolês.
Com a eleição do seu aliado a Presidencia do Senado, Antoine Félix Tshisekedi Tshilombo, depois de ter afastado Jeannine Mabunda (Assembleia Nacional) e Ilunga Ilunkamba (Primeiro-ministro), todos pró Kabila termina com sucesso a sua estratégia de afastamento total da FCC da gestão do país, tornando-se o único mestre do pano rama político congolês.