Kinshasa - Cinco militares Exército da República Democrática do Congo (RDC), incluindo dois coronéis, foram na sexta-feira mortos por milicianos na província de Ituri, no nordeste do país, segundo fontes militares.
"A coluna dos nossos militares em missão de serviço em Djugu (cidade 75 quilómetros a norte da capital provincial, Bunia) caiu numa emboscada dos milicianos Codeco quando se dirigiam para Pitso, na Estrada Nacional 27. Temos um saldo de cinco mortos", disse o tenente Jules Ngongo, porta-voz do Exército em Ituri, citado pela agência France-Presse.
A Codeco (Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo) é uma milícia de vários milhares de homens que afirma proteger a tribo Lendu contra a tribo Hema e o Exército nacional em Ituri.
Após uma década de calmaria, o conflito mortal na província entre os Hema e os Lendu recomeçou no final de 2017, causando a fuga de mais de um milhão e meio de pessoas.
Em cinco anos, vários milhares de civis foram mortos em ataques perpetrados principalmente por motivos étnicos.
"É verdade que esta manhã houve um confronto entre as FARDC (forças armadas da RDCongo) e os nossos elementos", declarou por telefone Désiré Londroma, chefe "militar" da Codeco, sem dar mais detalhes sobre o número de vítimas.
Num comunicado de imprensa publicado em 25 de Janeiro, a coordenação humanitária das Nações Unidas estava alarmada com a "drástica deterioração da situação de segurança" em Ituri e afirmou que "pelo menos 200 civis foram mortos após ataques de grupos de forças armadas não estatais" nas últimas seis semanas.
No dia 18 de Janeiro, um porta-voz da ONU declarou em Nova Iorque que as forças de paz da Monusco (missão das Nações Unidas na RDCongo) implantadas na província haviam descoberto valas comuns com quase 50 civis mortos e atribuiu esses ataques à Codeco.