RCA/Eleições: ONU garante "segurança" de civis em cidade controlada por rebeldes

     África           
  • Luanda     Segunda, 04 Janeiro De 2021    23h27  
Mapa- RCA
Mapa- RCA
Divulgação

Bangui - As forças de manutenção da paz da ONU na República Centro-Africana (Minusca) garantem a "segurança" de parte de uma cidade, a cerca de 750 quilómetros da capital, tomada na véspera por rebeldes que ainda estão "presentes", foi hoje anunciado.

"Chegaram, como reforços, outras forças de manutenção da paz", em Bangassou, algumas horas antes do esperado anúncio dos primeiros resultados parciais oficiais das eleições presidenciais e legislativas de 27 de Dezembro, que grupos armados da coligação tinham jurado impedir, lançando uma ofensiva no resto do país, adiantaram as forças da Organização das Nações Unidas (ONU).

No domingo, um responsável da Minusca, em Bangassou, admitiu que um grupo rebelde tinha tomado o controlo da cidade, que tem uma população de mais de 30 mil habitantes, após um "ataque violento".

No entanto, "24 horas após a violência, a situação está calma mas tensa, com a presença de elementos armados em algumas partes da cidade", disse Vladimir Monteiro, porta-voz da Unmin, num comunicado hoje emitido.

"Os edifícios públicos estão seguros pelas forças de manutenção da paz e, portanto, não estão ocupados", acrescentou.

"É evidente que a cidade está controlada por rebeldes, mas as nossas equipas no local têm conseguido trabalhar normalmente. O hospital e a nossa base são respeitados de momento", afirmou à agência France-Presse, o chefe da missão dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) na República Centro-Africana, Emmanuel Lampaert.

Juan José Aguirre, bispo de Bangassou, contactado por telefone pela agência de notícias francesa, acrescentou: "As coisas melhoraram, não houve tiroteio, passámos uma noite tranquila. Os rebeldes continuam a controlar a cidade, criaram postos de controlo em todo o lado e a Minusca continua a patrulhar a cidade".

"Os grupos armados estão na cidade, mas ainda não entraram no nosso bairro. Só os vemos a passar. Eles não são ameaçadores, não fomos pilhados", disse um residente por telefone, sob condição de anonimato.

Segundo Vladimir Monteiro, porta-voz da Unmin, apenas dois soldados do Exército da República Centro-Africana (RCA) foram feridos nos combates do dia anterior.

"A intervenção dos capacetes azuis tornou possível proteger a população civil, mas também assegurar e proteger as autoridades locais", acrescentou o porta-voz.

Mais de duas semanas após o anúncio da ofensiva, os grupos armados, que já controlavam dois terços da RCA quase não ganharam terreno, segundo a ONU e as autoridades, graças ao destacamento de forças de segurança, forças de manutenção da paz e centenas de reforços, fortemente equipados: principalmente paramilitares russos enviados por Moscovo e forças especiais ruandesas.

A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do então Presidente do país, François Bozizé, por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.

Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos comunitários entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonarem as suas casas.

O Governo centro-africano controla um quinto do território, sendo o resto dividido por mais de 15 milícias, que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.

Um acordo de paz foi assinado em Cartum, capital do Sudão, em Fevereiro de 2019 pelo Governo e por 14 grupos armados, e um mês mais tarde as partes entenderam-se sobre um governo inclusivo, no âmbito do processo de paz.

Portugal tem actualmente na RCA 243 militares, dos quais 188 integram a Minusca e 55 participam na missão de treino da União Europeia (EUTM), liderada por Portugal, pelo brigadeiro general Neves de Abreu, até Setembro de 2021.





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