Nairobi - Os cidadãos quenianos estão a eleger hoje, terça-feira, o futuro presidente do país em eleições gerais marcadas pelo aumento do custo de vida, que culminam numa campanha pacífica, anuncia a imprensa.
Entretanto, as referidas eleições, não dissiparam ainda o receio de repetição da violência ocorrida nas anteriores, anunciou a Lusa.
O vice-presidente do Quénia, William Ruto, e um antigo primeiro-ministro, Raila Odinga, são os favoritos a vencer as presidenciais, que será uma das eleições mais disputadas.
Os advogados George Wajackoyah e David Mwaure concorrem também, como chefe de Estado, mas sem qualquer hipótese realista de vitória.
O antigo vice-presidente William Ruto, comprometeu-se a aceitar os resultados eleitorais durante um debate televisivo, a 26 de Julho, ao qual o seu principal adversário não compareceu.
"Se eu tiver um problema, irei a tribunal e aceitarei a decisão dos tribunais", disse então o candidato, que concorre pela primeira vez ao cargo de chefe de Estado.
O escrutínio conta com 22,1 milhões de eleitores inscritos - de uma população nacional de pelo menos 55 milhões.
Foram distribuídas pelo país cerca de 46.200 mesas de voto, que estarão abertas entre as 06:00 locais (03h00 GMT) e as 17:00 (14h00 TMG), de acordo com dados da Comissão Eleitoral Independente (IEBC, na sigla em inglês).
Os que votarem, preencherão seis boletins, entre os quais o do presidente, dos 290 deputados, 47 lugares para mulheres na Assembleia Nacional (Câmara Baixa), 47 para o Senado (Câmara Alta) e governadores e legisladores para os 47 condados.
Os últimos boletins chegaram ao país à três de Agosto e foram distribuídos para 290 círculos eleitorais, desde o norte árido do país até à costa, incluindo a região densamente povoada do Monte Quénia, no centro.
O vencedor destas eleições será o quinto presidente do país, desde que se tornou independente do Reino Unido em 1963 e substituirá Uhuru Kenyatta, que completa o seu segundo e último mandato de cinco anos.
Kenyatta não só não apoia o seu vice, William Ruto, líder da coligação Kenya Kwanza (Quénia Primeiro, em swahili), como fez campanha a favor de Odinga, líder da coligação Azimio La Umoja (Vontade de Unidade), seu rival nas eleições anteriores.
De acordo com a maioria das sondagens publicadas até agora, nenhum dos dois primeiros classificados obteve mais de 50% dos votos a nível nacional e 25% dos votos na maioria dos condados, as duas condições para a vitória à primeira volta.
Se os dois requisitos não forem alcançados, o país irá novamente a votos num prazo máximo de 30 dias.
Várias missões internacionais de observação foram destacadas para acompanhar as eleições, incluindo as da União Europeia (UE) e da União Africana (UA).
Para garantir a segurança da votação, foram mobilizados cerca de 150.000 agentes da lei em todo o país, de acordo com informações da Polícia queniana.
O Quénia é frequentemente identificado pela comunidade internacional como uma potência estabilizadora na conturbada região do Corno de África e um parceiro leal do Ocidente.
O país destaca-se como a sexta maior potência económica de África e uma das economias em desenvolvimento com mais rápido crescimento em todo o continente, tendo registado um aumento anual do Produto Interno Bruto 5,7 por cento entre 2015 e 2019.