Nairobi - O ex-presidente queniano Mwai Kibaki morreu aos 90 anos, anunciou o actual chefe de Estado, Uhuru Kenyatta, numa emissão solene da televisão estatal.
"É um dia triste para nós enquanto país. Perdemos um grande líder", disse o actual Presidente, citado pela agência France-Presse.
Segundo a agência de notícias Associated Press, Kenyatta afirmou: "Mwai Kibaki será sempre lembrado como um cavalheiro na política do Quénia, um exímio debatedor e alguém que fomentou o desenvolvimento no país".
Antigo professor de economia formado no Uganda e em Londres, tornou-se o terceiro presidente da história da nação africana em 2002, sob promessa de acabar com a corrupção no rescaldo de 20 anos de governação autoritária da parte de Daniel arap Moi.
Porém, os seus mandatos foram também marcados por escândalos de corrupção e pelos piores incidentes de violência política desde a independência, agravados pela sua conotação enquanto representante da etnia Kikuyu.
Tendo sido antes ministro das Finanças, celebrizou-se pelo seu papel no desenvolvimento da economia queniana, protagonizado pelo plano Vision2030, mantido pelo seu sucessor, Kenyatta.
Além disso, em 2010, o Governo de Kibaki fez aprovar uma nova Constituição.
Esteve no poder até 2013, sendo que a sua reeleição em 2007 foi contestada pelo opositor, Raila Odinga, desencadeando meses de confrontos tribais entre os Kikuyu e os Kalenjin, dois dos principais grupos étnicos do país, nos quais morreram mais de 1.000 pessoas e centenas de milhares foram obrigadas a fugir de suas casas.
A partir de 2013,contudo, Kibaki retirou-se para a sua "fortaleza" de Nyeri, a uma centena de quilómetros de Nairobi.