Mogadíscio - Cerca de 5,98 milhões de pessoas precisarão de ajuda humanitária na Somália em 2025 devido à insegurança e aos fenómenos climáticos, alertou hoje o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA).
O número é inferior ao registado em 2024, quando atingiu 6,9 milhões de pessoas, disse o OCHA, em comunicado, citado pelo site o SAPO.
De acordo com a agência da ONU, o plano de resposta deste ano requer um financiamento dos doadores de 1,4 mil milhões de dólares (1 dólar equivale a Kz 912), menos 200 milhões de dólares do que no ano passado.
"Embora a situação humanitária na Somália tenha melhorado ligeiramente em comparação com os anos anteriores, a insegurança gerada pelo conflito tornou-se a principal causa de deslocação interna", afirmou o OCHA.
Além disso, o aumento da frequência das secas e inundações cíclicas está a pôr à prova a "resistência de milhões de somalis e o país continua a enfrentar múltiplas crises, incluindo choques climáticos, conflitos prolongados, deslocações, surtos de doenças galopantes e pobreza generalizada".
O OCHA estima que 3,5 milhões de pessoas continuam deslocadas das suas casas neste país do Corno de África.
"A assistência humanitária sustentada é essencial para salvar vidas na Somália, mas deve ser acompanhada de investimentos em soluções a longo prazo para quebrar o ciclo de vulnerabilidade", acrescentou.
O Corno de África sofreu a pior seca em quatro décadas entre 2020 e 2023, uma escassez de água que deixou a Somália à beira da fome e 6,6 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar aguda, segundo a ONU.
A Somália também vive em estado de conflito e caos desde 1991, quando Mohamed Siad Barre foi derrubado, deixando o país sem Governo efectivo e nas mãos de milícias islâmicas. JM