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PR sul-africano considera falsa narrativa da perseguição contra africânderes

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  • Luanda • Terça, 25 Março de 2025 | 17h51
Bandeira da África do Sul
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Pretória - O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, afirmou que a alegação de que os brancos são perseguidos no seu país é uma "narrativa completamente falsa", numa  última tentativa para rebater as afirmações do Presidente dos EUA, Donald Trump, Elon Musk e de alguns grupos minoritários brancos na África do Sul.

O estadista fez afirmação durante a sua mensagem semanal à nação na segunda-feira, na qual adiantou que os sul-africanos "não devem permitir que os acontecimentos externos nos dividam ou nos coloquem uns contra os outros", segundo a AfricaNews e a Associated Press.

"Em particular, devemos desafiar a narrativa completamente falsa de que o nosso país é um lugar onde as pessoas de uma determinada raça ou cultura são alvo de perseguição", afirmou.

Ramaphosa não referiu nomes, mas a sua negação referiu-se às alegações de Trump e de outros de que a África do Sul está deliberadamente a maltratar um grupo minoritário branco conhecido como africânderes, a encorajar ataques violentos nas suas propriedades agrícolas e a introduzir legislação para confiscar as suas terras.

Estas alegações estiveram no cerne de uma ordem executiva emitida por Trump em Fevereiro, que cortou o financiamento à África do Sul para punir o governo e, ao mesmo tempo, ofereceu aos africânderes o estatuto de refugiados nos Estados Unidos.

Os africânderes são descendentes de colonos, sobretudo holandeses,  que chegaram à África do Sul há mais de 300 anos.

Estavam no centro do governo do apartheid, que oprimia sistematicamente os não brancos, embora a África do Sul tenha conseguido reconciliar os seus muitos grupos raciais após o fim do apartheid em 1994.

Na sua publicação no X no fim-de-semana, o conselheiro de Trump, Alon Musk, citou um comício político na passada sexta-feira na África do Sul, onde líderes negros de um partido de oposição de extrema-esquerda cantaram uma canção com a letra: "Matem o boer, o agricultor ". Boer é uma palavra para um africânder.

“Poucas pessoas sabem que existe um grande partido político na África do Sul que promove activamente o genocídio branco”, escreveu Musk.

O sul-africano Elon Musk , que acusa regularmente o Governo liderado pelos negros da África do Sul de ser anti-branco, repetiu na referida publicação que algumas figuras políticas do país estão a "promover activamente o genocídio branco".

O Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, escreveu no X na noite de segunda-feira que a canção "é um cântico que incita à violência. Os líderes e políticos sul-africanos devem tomar medidas para proteger os africânderes e outras minorias desfavorecidas.

Os Estados Unidos orgulham-se de oferecer a estas pessoas que se qualificam para admissão no nosso país, apesar desta horrível ameaça de violência que continua ."

O partido em questão, os Combatentes pela Liberdade Económica , é o quarto maior no parlamento e um adversário político do Congresso Nacional Africano de Ciryl Ramaphosa .

Obteve 9,5% dos votos nas eleições nacionais do ano passado e foi criticada por anteriormente atiçar tensões raciais e por cantar a canção, que foi utilizada durante o apartheid como um apelo para lutar contra a opressão do governo.

O uso actual da música tem sido criticado por alguns na África do Sul, incluindo outros partidos políticos, e um grupo que representa os africânderes contestou o seu uso em tribunal. Há mais de uma década, a música foi considerada discurso de ódio e proibida por um tribunal.

Mas foi objecto de vários outros processos legais antes de uma decisão de 2022 ter decidido que não se tratava de discurso de ódio e que estava protegido pela liberdade de expressão porque não havia provas de que incitasse à violência. A EFF (Partido Combatentes da Liberdade Econômica) diz que é um cântico histórico que não deve ser interpretado literalmente e por vezes mudou a letra para "beije o boer " .

Desde a ordem executiva de Donald Trump, o governo sul-africano tem tentado dissipar o que diz ser desinformação sobre os agricultores brancos, que por vezes são vítimas de ataques violentos nas suas casas.

O governo condenou os ataques, mas os especialistas dizem que não há provas de que os brancos estejam a ser amplamente visados e que fazem, de facto, parte da elevadíssima taxa de criminalidade da África do Sul, que afecta todas as raças.

O grupo africânder alega que a polícia por vezes subestima os homicídios em quintas nas estatísticas oficiais.

 Recentemente, o governo disse que havia números que mostravam que houve oito homicídios em explorações agrícolas nos três meses entre Outubro e Dezembro do ano passado, enquanto a polícia registou apenas um.

De acordo com as estatísticas policiais, houve um total de 6.953 homicídios na África do Sul durante o mesmo período. DSC/AM

 

 

 





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