Abuja - O Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, deu hoje ordem para que se mantenha a circulação das notas de baixo valor facial recentemente substituídas por notas novas, para travar a falta de dinheiro que está a atingir o país.
A Nigéria está a ser flagelada pela escassez de notas denominadas na moeda local, a naira, desde que o banco central do país começou a trocar as notas antigas por notas novas.
Nas últimas três semanas, eclodiram tumultos em várias grandes cidades do país levados a cabo pela população, já confrontada com a escassez de combustível, que resultou na vandalização de dependências bancárias e de caixas automáticas por causa da falta de dinheiro.
Buhari defendeu hoje numa intervenção divulgada pela televisão a introdução das novas notas, o que, segundo o Presidente, limitará a compra de votos nas eleições presidenciais, agendadas para 25 de Fevereiro.
Não obstante, o chefe de Estado, que termina o seu segundo e último mandato, também se manifestou sensível às actuais dificuldades sentidas pela população.
"Dei o meu consentimento ao Banco Central da Nigéria para colocar de novo em circulação as antigas notas de 200 naira", anunciou. As notas de 200 naira antigas serão válidas até 10 de Abril e coexistirão com as novas de 200, 500 e 1.000 naira.
O Presidente pediu ainda ao banco central para tornar mais fácil a disponibilização das novas notas.
Em Outubro, as autoridades nigerianas anunciaram de surpresa a renovação das notas (que inclui a alteração da cor), e decidiram que as notas antigas deixariam de ser válidas no final de Janeiro, uma data posteriormente adiada para 10 de Fevereiro devido à escassez de notas disponíveis e à pressão popular.
Muitos nigerianos trabalham no sector informal da economia e dependem do dinheiro para as transacções diárias.
Várias autoridades regionais da Nigéria instauraram um processo contra o banco central do país para permitir que as pessoas utilizem tanto as notas antigas como as novas até que os bancos tenham recebido em quantidade suficiente notas com as novas denominações. É esperada uma decisão judicial em 22 de Fevereiro.