Maputo - O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, recebe na terça-feira o seu homólogo Sergio Mattarela, o primeiro chefe de Estado italiano a visitar o país, anunciou o gabinete presidencial em Maputo.
"As conversações irão centrar-se na cooperação bilateral, dinamização do comércio e investimento", acrescenta-se na mesma nota.
A visita acontece numa altura em que a petrolífera italiana Eni lidera o início da exploração de gás natural na bacia do Rovuma, através de uma plataforma flutuante estacionada cerca de 40 quilómetros ao largo de Cabo Delgado.
As reservas estão entre as maiores do mundo e só ainda não há mais projectos a aproveitá-las devido à insurgência armada no norte de Moçambique, que tem travado trabalhos em terra.
No caso da plataforma que funciona no mar, o gás já começou a ser bombeado para a liquefacção e exportação arrancarem nos próximos meses.
As relações com empresas italianas estendem-se a outros sectores como a construção e energia.
A Itália era em 2020, data das mais recentes estatísticas oficiais, o principal destino das exportações de Moçambique para a União Europeia (UE), constituídas sobretudo por alumínio.
No outro prato da balança, a Itália era o segundo país da UE (depois de Portugal) na lista das importações, fornecendo a Moçambique principalmente produtos químicos e peças metálicas para infra-estruturas.
Segundo a presidência moçambicana, o encontro entre Nyusi e Mattarela servirá ainda para os dois chefes de Estado falarem da situação "das respectivas regiões, continentes e do mundo".
Na Europa, a guerra na Ucrânia após a invasão russa centra atenções, devido ao impacto com inflação a nível global, enquanto Moçambique continua a braços com ataques armados que limitam mais investimentos no gás de Cabo Delgado.
Este contexto de conflito é conhecido de organizações não-governamentais (ONG) e humanitárias italianas, com um histórico de presença em Moçambique.
Após as conversações oficiais, "os dois países procederão à assinatura de instrumentos jurídicos bilaterais, na presença dos dois chefes de Estado", conclui.
A visita de Mattarela acontece três anos depois de Nyusi ter visitado Itália.
Na altura, o Presidente moçambicano disse estar interessado em "aprimorar" estratégias de cooperação com Itália..