Dekar - O Presidente do Senegal, Macky Sall, declarou nesta terça-feira que "as redes sociais se tornaram um verdadeiro cancro das sociedades modernas" e apelou à sua regulamentação através de uma lei, noticiaram hoje os meios de comunicação locais.
"O próprio Estado empreendeu uma reforma, mas quisemos esperar pelas conclusões (dos assessores de imprensa) para integrar tudo numa lei que terá de ser aprovada para regular as redes sociais e a internet de uma forma séria", disse Sall durante a cerimónia tradicional de entrega dos cadernos de reclamações dos trabalhadores ao Presidente senegalês.
Argumentou que a regulamentação das redes sociais é necessária por "razões de segurança nacional", mas também por "respeito pela harmonia nacional" e "pela dignidade do povo", referindo-se aos insultos "gratuitos" que são feitos através deste canal "sob anonimato".
"Nenhuma sociedade organizada pode aceitar o que está a acontecer aqui hoje (no Senegal)", acrescentou.
Coincidindo com o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, Sall, que na sua conta do Twitter prestou homenagem aos jornalistas que promovem a liberdade de expressão, advertiu que 29 jornais e 450 portais de notícias num "pequeno país como o Senegal" é "simplesmente anarquia", argumentando que ninguém tem tempo para os ler a todos.
As observações do Presidente surgem quando se aproximam as próximas eleições legislativas, marcadas para Julho, e as eleições presidenciais de 2024, após a realização de eleições locais em Janeiro último, há muito aguardadas após sucessivos adiamentos desde 2019.
O Senegal é conhecido pela sua estabilidade política e alternância democrática e é o único país da África ocidental que não sofreu um golpe de Estado.
Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, "a consolidação democrática do país e as leis em vigor garantem a liberdade de imprensa", mas "o pluralismo dos media senegaleses é contrariado pela predominância da política no tratamento da informação, especialmente nos jornais.