Nairobi - O Presidente do Quénia, William Ruto, criticou uma recente decisão do Supremo Tribunal que permite a um activista registar uma organização de direitos LGBTQ, recordando que o país não permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
A direcção nacional que supervisiona as organizações não-governamentais tinha negado o pedido de registo do activista.
O Supremo Tribunal do Quénia e o Tribunal de Recurso disseram que a direcção agiu de forma imprópria e, em 24 de Fevereiro, o Supremo Tribunal concordou, indeferindo o novo recurso da direcção.
Ruto disse que o Governo respeita a decisão do Supremo Tribunal, mas afirmou: "A nossa cultura e religião não permite casamentos entre pessoas do mesmo sexo".
"Não é possível para o nosso país o Quénia permitir casamentos entre pessoas do mesmo sexo (...). Acontecerá noutros países, mas não no Quénia", acrescentou.
A maioria dos juízes do Supremo Tribunal observou na sua decisão que os casamentos entre pessoas do mesmo sexo são ilegais no Quénia.
O código penal do Quénia também criminaliza as relações íntimas entre pessoas do mesmo sexo. Os esforços dos activistas para conseguir que o tribunal acabe com a lei da era colonial não tiveram sucesso.
Um grupo anti-LGBTQ na cidade costeira de Mombaça protestou esta semana contra a decisão do Supremo Tribunal que permite a uma ONG centrada nos direitos LGBTQ.
O Quénia é, em grande parte, um país conservador e religioso. Ruto encorajou hoje os líderes religiosos a intensificarem a educação para promover aquilo a que se referiu como valores tradicionais.