Cairo – O Presidente do Egipto, Abdel Fattah el-Sisi, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, advertiram hoje Israel sobre as “enormes consequências humanitárias” de uma invasão em larga escala de Rafah, sul da Faixa de Gaza.
Segundo um comunicado da presidência egípcia a que a Lusa teve acesso, no decurso de um contacto telefónico, ambos emitiram "uma advertência das enormes consequências humanitárias das operações militares israelitas na cidade palestiniana de Rafah", principal ponto de entrada da ajuda humanitária e de saída de milhares de feridos que necessitam de intervenções fora de Gaza.
O Exército israelita ordenou na segunda-feira a retirada de cerca de 100 mil pessoas da zona Este desta cidade, no dia seguinte ocupou a passagem fronteiriça entre o enclave e o Egipto, e anunciou "operações selectivas".
Dezenas de pessoas já foram mortas em bombardeamentos por toda a cidade, e diversos responsáveis internacionais receiam agora uma invasão terrestre com consequências devastadoras e que poderá ocorrer nos próximos dias, no caso de novo fracasso do processo negocial.
As delegações do Hamas e de Israel, que participaram em conversações indirectas no Cairo sobre uma trégua em Gaza, mediadas pelo Egipto, Qatar e Estados Unidos, abandonaram hoje a capital egípcia após negociações de dois dias sem resultados aparentes.
No contacto com Guterres, o Presidente do Egipto, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, pediu "esforços concertados" a nível internacional para garantir o "êxito das negociações e garantir uma solução face a esta situação crítica". JM