Cidade da Praia - O Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, atribuiu hoje, a título póstumo, o Segundo Grau da Ordem Amílcar Cabral a Felisberto Vieira Lopes, um “acto de justiça” e um reconhecimento à actuação destemida em defesa dos direitos dos então presos políticos.
Na cerimónia ocorrida hoje no Palácio do Presidente, na cidade da Praia, José Maria Neves considerou que “há muito tempo” a República já deveria ter reconhecido Felisberto Vieira Lopes.
Lembrou que no auge do combate ao colonialismo, vários jovens foram presos injustamente e Vieira Lopes foi o “defensor a sério” desses jovens nos tribunais.
Referiu ainda que a distinção é também um contributo para a reafirmação “da nossa identidade e de enriquecimento da língua cabo-verdiana”.
O chefe de Estado considerou que neste tempo de comemoração dos 50 anos da libertação dos presos políticos do Campo de Concentração do Tarrafal seria uma “enorme injustiça” se não lembrar de Felisberto Vieira Lopes, pelo que a condecoração, vincou, representa uma homenagem póstuma a Vieira Lopes e a todos aqueles que lutaram pela liberdade e uma sinalização para o futuro.
Felisberto Vieira Lopes nasceu em Santa Catarina, em 1937, e faleceu aos 83 anos, a 03 de Abril de 2020, no Hospital Agostinho Neto, na cidade da Praia.
Licenciado em Direito, em Lisboa (Portugal), colaborou no boletim dos alunos do Liceu Gil Eanes e no Novo Jornal de Cabo Verde e, depois da independência de Cabo Verde, publicou na revista Raízes entre outras.
Tem obra literária publicada em várias antologias, nomeadamente em Literatura Africana de Expressão Portuguesa, (vol. l, poesia) Argel (1967); na Antologia Temática da Poesia Africana l e II, Lisboa (1976, 1979), e em Contravento - Antologia Bilingue de Poesia Cabo-verdiana, Taunton, Massachusetts (1982). JM