PR da Tunísia diz que foi mal interpretado em palavras sobre imigrantes

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  • Luanda • Sexta, 10 Março de 2023 | 09h42
Bandeira da Tunísia
Bandeira da Tunísia
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Túnis - O Presidente da Tunísia, Kais Saied, disse quinta-feira que houve "má interpretação" das suas palavras sobre imigrantes da África subsaariana, conotadas como racistas, numa declaração conjunta com o chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, informou Agence France Press (AFP).

O Presidente da Guiné-Bissau e em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) manteve na quarta-feira na Tunísia um encontro com o seu homólogo depois de no passado 21 de Fevereiro, o Presidente tunisino, Kais Saied, ter sugerido "medidas urgentes" contra a imigração clandestina de africanos subsaarianos no seu país, afirmando que a sua presença é fonte de "violência e de crimes".

"Penso que tudo se tratou de incompreensão das minhas palavras, mas também estamos a falar do respeito da lei e da legalidade da Tunísia. Penso que houve uma má interpretação das minhas palavras, de um termo que eu disse em árabe e que culminou nesta infeliz campanha, que não é inocente", disse Kais Saied, numa declaração conjunta com Umaro Sissoco Embaló.

O Presidente em exercício da CEDEAO explicou que muitos dos subsaarianos que "se encontram na Tunísia são originários da África Ocidental".

"Eu sou africano e tenho orgulho nisso", salientou, por seu lado, o Presidente da Tunísia.

O Presidente guineense disse que na Europa, os passaportes provenientes de África são de pessoas africanas, independentemente da cor da pele.

Umaro Embaló disse também que viu um vídeo divulgado nas redes sociais com declarações racistas sobre africanos subsaarianos, mas que percebeu que a pronúncia não é tunisina.

As declarações do chefe de estado da Tunísia que provocaram mal-estar foram proferidas durante uma reunião do Conselho de Segurança Nacional "dedicada às medidas urgentes que devem ser adoptadas para enfrentar a chegada à Tunísia de um grande número de migrantes clandestinos provenientes da África subsaariana", segundo um comunicado da presidência, citado pela France-Presse.

No decurso desta reunião, Saied fez um discurso particularmente duro sobre a chegada de "hordas de migrantes clandestinos" e que cuja presença na Tunísia tem originado "violência, crimes e actos inaceitáveis", insistindo na "necessidade de pôr rapidamente termo" a esta imigração.

O chefe de Estado tunisino também defendeu que esta imigração clandestina denuncia "uma organização criminal urdida no início deste século para alterar a composição demográfica da Tunísia" e para a transformar num país "apenas africano" e terminar com o seu carácter "árabe muçulmano".

Saied pediu às autoridades para agirem "a todos os níveis, diplomáticos, securitários e militares" para enfrentar esta imigração e uma "aplicação estrita da lei sobre o estatuto dos estrangeiros na Tunísia e sobre a transposição ilegal nas fronteiras".

"Aqueles que estão na origem deste fenómeno efectuam tráfico de seres humanos pretendendo defender os direitos humanos", disse ainda, de acordo com o comunicado da presidência citado pela agência noticiosa AFP.

Esta acusação de Saied contra os migrantes subsaarianos surge alguns dias após cerca de 20 organizações não-governamentais (ONG) tunisinas terem denunciado o aumento do "discurso do ódio" e do racismo para eles dirigido.

Segundo estas organizações, o Estado tunisino faz orelhas moucas sobre o aumento do discurso do ódio e racista nas redes sociais e em certos “media”.

A Tunísia, onde diversas zonas do litoral se encontram a menos de 150 quilómetros da ilha italiana de Lampedusa, regista regularmente tentativas de partida de migrantes, na maioria subsaarianos, em direcção a Itália.



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