Dar-es-Salaam - A polícia da Tanzânia deteve Tundu Lissu, vice-presidente do partido da oposição, antes do início de uma manifestação em Dar- es-Salaam proibida pelas autoridades.
"A polícia prendeu o vice-presidente do Chadema (...) Tundu Lissu na casa de Tegeta (arredores de Dar-es-Salaam). Uma caravana de onze veículos levou-o sem especificar para que esquadra se dirigia", anunciou o partido Chadema, através das redes sociais, citado pela Lusa.
Anteriormente, a polícia bloqueou o acesso às residências dos dirigentes do Chadema que convocou para hoje manifestações em protesto pelo desaparecimento e assassinato do partido da oposição.
Apesar de as manifestações terem sido proibidas, o partido Chadema apelou ao protesto pedindo à população para sair hoje às ruas de Dar-es-Salaam contra o assassínio de um dos dirigentes partidários.
Ali Mohamed Kibao foi raptado por homens armados e encontrado morto no passado dia 07 de Setembro.
O partido tem denunciado "crescente repressão" política, a poucos meses das eleições autárquicas previstas para Novembro e acusa directamente a Presidente Samia Suluhu Hassan de regressar às práticas autoritárias do antecessor John Magufuli.
A polícia proibiu a manifestação e a polícia de choque com canhões de água foi mobilizada para vários pontos da cidade de Dar-es-Salaam para os bairros de Buguruni e Ubungo, mencionados pelo Chadema como pontos de encontro para o início das marchas de protesto.
Desde ontem à noite (domingo) e até hoje de manhã, a polícia fechou todas as estradas que conduzem ao domicílio do presidente do Chadema, Freeman Mbowe.
Todos os que se encontram nas estradas estão a ser mandados parar, revistados e interrogados, anunciou o partido da oposição através das redes sociais.
Em 12 de Setembro, Freeman Mbowe criticou as autoridades e exigiu uma investigação sobre os desaparecimentos de vários dos membros do partido e que todos fossem "trazidos vivos ou mortos" até 21 de Setembro.
Como resposta Freeman Mbowe alertou as autoridades que seriam marcadas marchas de protesto.
No dia seguinte, a polícia anunciou que as manifestações não seriam autorizadas.
O Chadema manteve o apelo porque, afirmou, "nenhuma das exigências foi tida em conta ou respondida", afirmou Mbowe no domingo.
O comandante da polícia, Jumanne Muliro, salientou no fim-de-semana que "desde que as manifestações foram anunciadas, a polícia declarou publicamente que os protestos estão proibidos".
Em Agosto, numa manifestação do Chadema - igualmente proibida pela polícia, e 520 dirigentes e apoiantes do partido, incluindo Freeman Mbowe e Tundu Lissu, foram detidos tendo sido libertados alguns dias depois.
Várias organizações não-governamentais e embaixadas como dos Estados Unidos, já manifestaram preocupação com o "actual clima político" que se verifica na Tanzânia. GAR