Praia - O primeiro-ministro cabo-verdiano considerou hoje que não faz "absolutamente sentido nenhum" o pedido da moção de censura feita pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, na oposição) e que o Governo não tem nada a temer.
"Em primeiro lugar, a moção de censura é um instrumento que os parlamentares têm, os grupos parlamentares têm e que pode assinar. Segundo lugar, nós consideramos que não faz absolutamente nenhum sentido para nós", reagiu Ulisses Correia e Silva, após o PAICV entregar na terça-feira, na Assembleia Nacional, uma proposta de moção de censura ao Governo pela falta de transparência na gestão dos recursos públicos.
Segundo um comunicado do Governo de Cabo Verde, o primeiro-ministro lembrou que o país teve um debate no mês passado sobre o mesmo tema e que o PAICV teve possibilidades de no contraditório expor a sua posição.
Em Junho, o país teve um debate mensal com o primeiro-ministro, no parlamento, onde PAICV, indicou o tema "Os negócios do Estado e a proteção do interesse público".
Segundo o primeiro-ministro o maior partido da oposição, perdeu o debate e agora está a trazer mais uma vez o mesmo tema, em forma da moção de censura.
O grupo parlamentar do Movimento para a Democracia (MpD), salientou, acionou uma comissão parlamentar de inquérito para, se houver dúvidas ou coisas a esclarecer, "que sejam esclarecidas em sede institucional".
O líder parlamentar do PAICV, João Baptista Pereira, disse numa conferência de imprensa na Praia que a oposição entregou na terça-feira, na Assembleia Nacional, uma proposta de moção de censura ao Governo pela falta de transparência na gestão dos recursos públicos.
Conforme explicou, querem com esta censura mostrar ao Governo que é preciso mudar de políticas, nomeadamente em relação às privatizações, à gestão dos fundos públicos em Cabo Verde.
O PAICV liderou o Governo de Cabo Verde de 2001 a 2016, com José Maria Neves, Presidente da República desde 2021, como primeiro-ministro.AM/DSC