Juba - Pelo menos 694 pessoas morreram de cólera que assola o Sudão do Sul em quase seis meses, anunciou nesta segunda-feira a Unicef, segundo o site Notícias ao Minuto.
"De 28 de Setembro de 2024 a 18 de Março de 2025 foram notificados mais de 40.000 casos no Sudão do Sul, incluindo 694 mortes em todo o país, a pior epidemia dos últimos 20 anos", afirmou o fundo das Nações Unidas para a infância, em comunicado.
As crianças com menos de 15 anos representam 50% dos casos, acrescenta-se no comunicado, adiantando que o governo local declarou a epidemia em 2024.
Os confrontos entre o Governo do Sudão do Sul e os grupos armados no Alto Nilo (nordeste) estão a agravar a epidemia há várias semanas, alertaram os Médicos Sem Fronteiras (MSF) no início deste mês.
A violência já obrigou à deslocação de 50.000 pessoas desde o final de Fevereiro, afirmou o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA), na semana passada. E a ONU advertiu que o país estava "à beira de uma recaída da guerra civil".
A cólera é uma infecção intestinal aguda transmitida por alimentos e água contaminados com a bactéria Vibrio cholerae, frequentemente de origem fecal. Provoca diarreia grave, vómitos e cãibras musculares e pode matar em poucas horas se não for tratada, apesar de uma simples hidratação oral e com antibióticos, nos casos mais graves, resolver os problemas do doente e curar.
De acordo com os dados da UNICEF, foram confirmados mais de 178.000 casos de cólera em 16 países da África Oriental e Austral entre Janeiro de 2024 e Março de 2025. Angola, que também atravessa uma grave epidemia, registou mais de oito mil casos e mais de 300 mortes desde o início do ano.
Cerca de 2.900 pessoas morreram, muitas das quais crianças, alertou a organização. DSC/AM