Kinshasa - Pelo menos 23 pessoas morreram no domingo à noite num novo ataque atribuído aos rebeldes das Forças Democráticas Aliadas (ADF), no leste da República Democrática do Congo (RDC), disse hoje (23) um deputado da província do Kivu do Norte.
"Houve um massacre de civis em Makungwe, que pertence à localidade de Bashu", disse o deputado Saidi Balikwisha, que representa o Kivu do Norte no parlamento congolês, em declarações divulgadas pelos meios de comunicação locais.
De acordo com o deputado, os atacantes invadiram a aldeia de Makungwe por volta da meia-noite.
O número de mortos ainda é provisório e pode continuar a aumentar, disse a mesma fonte.
O exército confirmou o ataque, mas sem dizer quantas pessoas foram mortas.
"Os nossos agentes de segurança estão no terreno para restabelecer a autoridade do Estado. Teremos mais pormenores nas próximas horas", disse o administrador militar do território de Beni, onde se localiza Makungwe, Charles Ehuta Omeonga.
As Forças Democráticas Aliadas (ADF, na sigla em inglês) são um grupo rebelde de origem ugandesa, mas que está actualmente sediado nas províncias do Kivu do Norte e Ituri, perto da fronteira que a RDC partilha com o Uganda.
Os objectivos do grupo não são claros, além de uma possível ligação com a organização terrorista Estado Islâmico (IS), que por vezes reivindica a responsabilidade pelos seus ataques.
De acordo com o Barómetro de Segurança Kivu (KST), as ADF são responsáveis por mais de 4.900 mortes em 936 ataques na RDC desde 2017.
Além disso, as autoridades ugandesas acusaram-nos de organizar ataques no seu território, incluindo dois atentados suicidas à bomba, em Kampala, em Novembro de 2021, e assassínios e tentativas de assassínios de altos funcionários.
Para neutralizar as ADF, os exércitos da RDC e do Uganda iniciaram uma operação militar conjunta em solo congolês em finais de Novembro de 2021, que ainda está em curso.
Contudo, de acordo com um relatório da ONU publicado em Dezembro passado, estas acções militares não impediram o reforço dos rebeldes, que continuaram a expandir a sua área de operações.
Desde 1998, o leste da RDC tem estado mergulhado num conflito alimentado pelas milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão da ONU (Monusco), com 16.000 militares no terreno.