Luanda - O partido SWAPO, que governa a Namíbia há 34 anos após a independência do país do regime do Apartheid do Sul em 1990, está a enfrentar hoje as urnas nas eleições gerais com a sua candidata presidencial Nandi-Ndaitwah, para manter-se no poder num território abraços com uma elevada taxa de desemprego entre a juventude, que representa mais de 30 por cento da população votante.
No pleito de 2019, o partido, então sob liderança do Presidente Hage Geingob, falecido no inicio deste ano, perdeu 14 assentos no parlamento dos 77 previstos, passando de 86 para 56 por cento dos votos a favor, segundo a Rádio França Internacional.
Num país assolado também por pobreza, a SWAPO pode resvalar para o mesmo caminho que os demais partidos que derrotaram o colonialismo nos seus respectivos países devido aos problemas de governação.
Como exemplos, o Congresso Nacional Africano na África do sul, que após 30 anos na liderança do país, perdeu a maioria parlamentar nas eleições de Junho deste ano, assim como o Partido Democrático do Botswana, na liderança há 58 anos, que perdeu a hegemonia absoluta para o Coligação para a Mudança Democrática, em Outubro último.
Em função desta situação, a sorte da SWAPO encontra-se agora nas mãos dos cerca de 1,4 milhões de eleitores inscritos, que poderão ditar o seu destino de poder ou não permanecer na liderança, segundo informa a rádio.
A sua candidata Nandi-Ndaitwah, 72 anos e vice-presidente da Namíbia, votou esta manhã numa escola primária em Windhoek, tendo no final afirmado aos repórteres que um dos principais focos de seu partido para combater a pobreza era atrair mais investimentos estrangeiros para um país com recursos de diamante, urânio, petróleo e gás inexplorados na sua costa.
A candidata a presidente da república prometeu criar em cinco 500 mil postos de trabalhos para os jovens, objectivos irrealistas, segundo alguns analistas namibianos. Citado pela imprensa local.
“Deve haver um equilíbrio para garantir que o povo namibiano, que é o dono desses recursos, se beneficie deles”, disse ela.
Segundo sondagens, Nandi já lidera nas urnas após os resultados da votação antecipada especial entre os cidadãos residentes no exterior do país e as forças armadas.
Quatorze outros candidatos também concorrem à presidência, incluindo Panduleni Itula, um ex-dentista de 67 anos e advogado que foi fez a SWAPO nas eleições de 2019, nas quais obteve 29 por cento do votos.
McHenry Venaani, de 47 anos e do maior partido da oposição, o PDM, Movimento Popular Democrático também concorre, tendo em 2019 alcançado o terceiro lugar nas Presidenciais e a segunda posição no Parlamento.
As eleições de hoje encerram as 21 horas locais e, no caso de um candidato não ganhar mais de 50% dos votos na primeira volta, o que nunca aconteceu antes na Namíbia, o segundo turno acontecerá 60 dias depois. DSC/CS