Bissau – A Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), liderado pelo primeiro-ministro guineense, Nuno Gomes Nabiam, reúne-se este fim de semana para o segundo congresso do partido, com coesão interna e legislativas em agenda.
Dedicado ao tema "Congresso para fortalecimento da coesão interna e afirmação política da APU-PDGB", os 1.351 delegados que vão participar no segundo congresso do partido, que vai decorrer em Gardete, nos arredores de Bissau, vão analisar os últimos quatro anos de vida do partido e as estratégias para as legislativas previstas para Dezembro, as segundas em que participam.
Segundo o dirigente, a APU-PDGB teve "momentos bons", nomeadamente o facto de ter conseguido eleger cinco deputados nas primeiras eleições legislativas em que participou, em Março de 2019, e que serviram para "contrabalançar todo o corpo político".
Após as eleições legislativas de 2019, a APU-PDGB fez um acordo de coligação com o PAIGC, com a União para a Mudança e com o Partido da Nova Democracia, que acabou por abandonar para se juntar a uma nova coligação com o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) e o Partido de Renovação Social (PRS).
A decisão da direcção do partido não foi, contudo, respeitada pela maioria dos cinco deputados eleitos, que permaneceram fiéis à coligação com o PAIGC.
Em Abril, o conselho nacional do partido decidiu suspender cinco dos vice-presidentes e quatro dos cinco deputados que elegeu nas últimas legislativas.
Questionado sobre se no congresso o partido vai definir já estratégias para as legislativas antecipadas de 18 de Dezembro, o dirigente precisou que o "partido vai querer aumentar a sua fasquia de deputados" e "provavelmente" manter-se no Governo e para isso "tem de ir com estratégias" para que o congresso reforce a unidade interna e permita a mobilização de votos.
Inicialmente, foram apresentadas três candidaturas, mas só a liderada pelo primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam foi aceite, porque as outras duas apresentavam algumas irregularidades.
Entretanto, a comissão organizadora decidiu dar até sexta-feira às outras candidaturas para resolverem essas irregularidades.
Augusto Gomes, que é também ministro da Cultura, Juventude e Desporto no actual Governo, explicou que decidiram dar mais tempo aos candidatos para resolverem as questões em falta, porque a "democracia interna do partido é mais importante e para que todos os candidatos possam estar no congresso e apresentar as suas estratégias ao partido".