Praia - O Governo de Cabo Verde e a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) assinaram, nesta segunda-feira, na cidade da Praia, um acordo para a implementação de um programa nacional, orçado em 14 milhões de dólares.
O programa tem como objectivo acelerar o desenvolvimento industrial do arquipélago, apurou a PANA de fonte segura.
Trata-se do Programa do País 2022-2026 que se propõe reforçar a integração de Cabo Verde nas cadeias de valor regionais e globais, através de uma economia industrial competitiva, diversificada, sustentável e inovadora.
Também visa favorecer um sector privado “forte e activo”, e políticas e estratégias adequadas.
Segundo o director regional da ONUDI, Christophe Yvetot, que se deslocou a Cabo Verde de propósito para o acto de assinatura, o empreendimento assenta em áreas importantes, designadamente o reforço de capacidades institucional e comercial, a elevação do desenvolvimento da industria para nível 4.0 e o crescimento resiliente e neutro em carbono, e a economia circular.
Integra ainda, de forma transversal, a perspectiva de género, a juventude e resposta às crises.
Christophe Yvetot indicou que o contexto da covid-19 e o conflito na Ucrânia fizeram com que muitos países africanos se apercebessem da necessidade de reduzir a sua dependência nas importações desse país e produzir localmente, sobretudo, produtos essenciais, como os higiénicos, farmacêuticos e alimentares.
“Em Cabo Verde sei que são muitos os activos na indústria farmacêutica. O relatório da ONUDI de 2022 sobre o futuro da industrialização no mundo pós-pandémico demonstrou que os países que têm a base industrial muito forte são mais resilientes durante as crises porque poderiam apenas produzir os seus bens essenciais e mudar a sua cadeia de produção para produzir os produtos essenciais”, sustentou.
A intenção, conforme adiantou o director regional da ONUDI, é mobilizar o mínimo de 14.000.000 dólares americanos para apoiar a implementação do programa nos próximos anos, sendo certo que fundos vão ser mobilizados pelo Governo e pela ONUDI para alavancar mais infraestruturas industriais, segundo o responsável.
O Primeiro-Ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, que presidiu à assinatura deste acordo com aquela agência das Nações Unidas, afirmou que o programa vai possibilitar criar condições para um desenvolvimento industrial que permita criar empregos e dinamizar o tecido empresarial.
Segundo ele, Cabo Verde já tem "potencial" em várias áreas, como a farmacêutica, extrativa ou pesqueira, necessitando agora de escala e dimensão, o que, disse, vai ao encontro dos propósitos do programa assinado com a UNIDO.
"A implementação será feita essencialmente pelo sector privado, através das condições que o Governo vai criar para que pequenas, médias e grandes empresas possam investir fortemente numa indústria verde, como energias renováveis, estratégia de água sustentável, transportes eficientes e com perspectiva para a integração no mercado regional", sublinhou o Primeiro-Ministro cabo-verdiano.