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ONU quer investigação independente às mortes de manifestantes no Sudão

     África              
  • Luanda • Segunda, 04 Julho de 2022 | 19h17
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Divulgação

Nova Iorque - A ONU quer investigação sobre a morte de pelo menos nove manifestantes no Sudão, incluindo um menor.

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachalet, mostrou-se neste final de semana preocupada pela morte de pelo menos nove manifestantes, incluindo um menor, pelas forças de segurança do Sudão durante as manifestações, exigindo uma “investigação independente”

“Apelo às autoridades para que conduzam uma investigação independente, transparente, completa e imparcial sobre a resposta das forças de segurança, em conformidade com as normas internacionais existentes”, disse Michelle Bachelet, numa declaração, insistindo que “as vítimas, os sobreviventes e as suas famílias têm direito à verdade, à justiça e à reparação”.

O apelo segue-se à repressão sangrenta das manifestações que reuniram dezenas de milhares de pessoas em todo o país na quinta-feira para exigir o fim da governação militar.

Michelle Bachelet disse estar “alarmada” com a morte de nove pessoas, incluindo um rapaz de 15 anos, apesar de a Polícia ter dito que “não usaria força letal para dispersar os manifestantes”.

O número de mortos devido à violência relacionada com protestos  subiu para 113 desde que o exército, liderado por Abdel Fattah al-Burhan, tomou o poder em Outubro passado.

“Até agora, ninguém foi considerado responsável por estas mortes”, criticou Bachelet.

Os principais grupos pró-democracia no Sudão tinham apelado à realização de manifestações na quinta-feira para reiterar a exigência de deposição do governo militar, que tomou o poder no seguimento de um golpe de Estado em Outubro do ano passado, acabando com o curto período democrático que, em 2019, se seguiu ao regime autocrático de 25 anos liderado por Omar al-Bashir.

Desde o golpe militar de Outubro, a violência no Sudão já fez pelo menos 107 mortos, incluindo 17 crianças, de acordo com o Comité de Médicos, e a ONU, a União Africana e um grupo de oito países da África Ocidental têm tentado mediar o actual impasse político, mas ainda sem soluções à vista.





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